5 formas de usar o ChatGPT que vão ajudar você a fazer o TCC

Como estamos lidando com aplicações majoritariamente operando em nuvem, inserir dados sensíveis, como resultados de pesquisas sigilosas, é contra-indicado devido à forma como esses dados são tratados pelas IAs públicas e remotas. Por outro lado, solicitar que o ChatGPT auxilie no processo de concepção inicial do projeto, buscar por referências e outras etapas menos teóricas e mais práticas pode ser o diferencial para sair de um momento de bloqueio criativo ou cumprir prazos apertados. Pensando nisto, o TechTudo listou cinco usos extremamente úteis do ChatGPT para elevar o nível do seu TCC.

A primeira e, possivelmente, mais recomendada forma de utilizar o ChatGPT na elaboração de trabalhos acadêmicos é durante o processo de “brainstorming” para sugerir temas possíveis para abordar no escopo do projeto. Além de listar ideias iniciais, interações mais longas com a IA podem até guiar o trabalho para temas subjacentes menos explorados, mas também interessantes e com potencial para render uma boa pesquisa.

Uma vez com o tópico geral sugerido, recorrer à IA para definir a abordagem geral de cada capítulo, bem como a definição da macro-estrutura do trabalho, também é um uso interessante para o ChatGPT. De maneira geral, ele é uma ferramenta já bastante treinada com inputs de diferentes áreas do conhecimento e capacidade para cruzar e comparar essas referências. Isso faz dele um bom assistente para sugerir, comparar e filtrar diferentes ideias e até solicitar que a IA crie um mapa mental com o fluxo de ideias.

Vale lembrar que, por mais avançada que esteja, a inteligência artificial depende dos comandos utilizados para entregar respostas de qualidade, e, quanto mais completa e melhor estruturada for a solicitação, melhor será a resposta. Independente de quais etapas da produção do Trabalho de Conclusão de Curso, lembre-se que se trata de um trabalho acadêmico que preza pela qualidade. Já que a IA irá otimizar tempo em algumas tarefas, invista em comandos delineando exatamente o que você precisa e deixando o contexto claro, caso contrário o resultado pode mais atrapalhar que ajudar.

Evite comandos como “me sugira um tema de TCC em literatura comparada” e prefira prompts com contexto bem delineado, como “Preciso escrever um trabalho acadêmico em literatura comparada. Poderia me sugerir ideias de temas relevantes, considerando as influências da literatura gótica do século XIX nas produções audiovisuais da atualidade?”

Falando em referência, justamente pelo volume altíssimo de conteúdos já treinados nos modelos do ChatGPT, ele acaba servindo como um sistema de busca contextualizada, conseguindo sugerir os materiais originais. As pesquisas em motores convencionais, como o Google e Bing, são influenciadas por algoritmos automatizados de indexação e distribuição para entregar sempre os resultados mais relevantes. No entanto, essa relevância é relativa, pois páginas que trabalham com produção de conteúdo digital, adequam suas produções seguindo regras de SEO (Search Engine Otimization) justamente para aparecerem no topo das buscas, mas isso não significa, necessariamente, que aquela página é mais relevante, apenas que ela está melhor otimizada para os buscadores.

Ainda que isso seja útil para buscas cotidianas e dúvidas rápidas, é preciso muito mais cuidado e atenção para realizar pesquisas acadêmicas, já que as fontes originais acabam se perdendo em meio a milhares de outras páginas que apenas as mencionam como referências. Por essa razão, é recomendado utilizar motores e bancos de dados específicos para pesquisas acadêmicas, como o PubMed (https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov), para a área da saúde, ou a biblioteca digital JSTOR (https://www.jstor.org). Por outro lado, recorrer a bancos especializados só é útil se o usuário já souber o que está buscando, com uma pré-bibliografia delineada.

Para quem ainda está concebendo as ideias de pesquisa e temas, utilizar o ChatGPT como sistema de sugestão de referência permite, justamente, encontrar as fontes e principais autores originais no contexto definido durante o processo de brainstorming, para, só então, passar realizar a pesquisa nos buscadores específicos.

Um uso ainda mais relevante para o ChatGPT é ajudar a resumir artigos e outros materiais escritos, desde que eles estejam disponíveis em domínio público. Isto porque, pela regulamentação de proteção de propriedade intelectual, as ferramentas de IA não podem acessar e inserir em seus bancos de treinamentos materiais com direitos autorais. Mesmo que o usuário tenha pago para baixar os arquivos originais de um artigo, ainda seria uma violação de direitos inseri-los no ChatGPT para a IA fazer o resumo.

Pela mesma razão, também não é recomendado inserir seu material próprio, já que isso o colocaria no banco de treinamento do ChatGPT, potencialmente comprometendo sua originalidade em uma defesa de doutorado, por exemplo. Inclusive, o maior atrativo para justificar os PCs com capacidade local de IA é, justamente, conseguir realizar tarefas desse tipo em ferramentas privadas que não comprometam a confidencialidade dos dados ou violem direitos autorais.

O ideal é resumir e realizar fichamentos apenas de conteúdos já disponibilizados em bancos públicos gratuitos, mas, ainda assim, isto já representa um ganho de tempo considerável na pesquisa para o TCC.

Ainda no quesito de otimização de tempo, o ChatGPT é excelente para realizar tarefas práticas, como criar o sumário para o Trabalho de Conclusão de Curso, especialmente se o usuário já estiver utilizando o assistente ao longo das etapas anteriores. Nestes casos, não será, sequer, preciso inserir o arquivo final com a tese completa, uma vez que o ChatGPT já “conhece” a estrutura dos capítulos do TCC. Basta realizar ajustes pontuais como mudanças nas seções reformuladas durante a confecção do projeto, inserir capítulos adicionais ou remover excedentes, mas as ideias que o ChatGPT ajudou a estruturar anteriormente ficam todas salvas na conversa.

Até é possível “explicar” para o ChatGPT quais capítulos e tópicos não foram mantidos ou por quais entradas eles foram substituídos, para criar um sumário com o conteúdo final, sendo inclusive um bom exercício para criar prompts melhores e treinar sua própria habilidade de interagir com a IA. Contudo, em termos de volume de trabalho, acaba sendo mais prático apenas realizar essas alterações e inserções manualmente, utilizando o assistente apenas para ganhar tempo com tarefas que ele já estabeleceu o contexto anteriormente.

Por fim, o ChatGPT é treinado com modelos de linguagem extremamente robustos e complexos, já com muitas entradas comparativas para oferecer um resultado com boa legibilidade. Sendo assim, é possível destacar trechos específicos do trabalho de conclusão e solicitar que a IA dê feedbacks e até traga sugestões de como melhorar uma passagem específica.

Novamente, nunca é recomendado subir todo o material no banco de dados da IA para preservar sua originalidade. Contudo, pedir alterações de partes pontuais que ficaram confusas, muito extensas ou que seu orientador solicitou alteração por alguma razão específica é uma forma bastante inteligente e ágil de refinar seu texto antes de enviar a versão final para avaliação.

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