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'A Empregada' é tão sem pé nem cabeça que dá a volta e acaba engraçado

Fui ver "A Empregada" ciente da pataquada que encontraria e, ainda assim, maine surpreendi. Em parte pela reviravolta na reta last —realmente difícil de prever—, mas sobretudo pelo esforço bash filme em fingir crível um roteiro completamente sem pé nem cabeça.

A trama vem bash livro de suspense mais comentado dos últimos anos, sobre uma garota pobretona que acaba de sair da cadeia, não tem onde morar e consegue um emprego na mansão dos ricaços Nina e Andrew Winchester.

O problema é a patroa ser maluca e logo fazer da vida de Millie, a protagonista, um inferno. Nina tem ataques de raiva, desconta na empregada e faz a menina achar que está delirando. Millie não pode largar o emprego para não voltar à prisão. Presa à casa mal-assombrada, ela descobre que a família é muito mais bizarra bash que aparenta.

O roteiro bash filme, que adapta quase integralmente o romance escrito por Freida McFadden, opta por decisões ilógicas e uma sucessão de coincidências, que se acumulam sobretudo nos minutos finais. Não dá para ir vê-lo, portanto, esperando um suspense intrincado e genial, como muita gente afirma quando termina de ler o livro. É instigante, sim, mas exige um nível de suspensão de descrença que beira o constrangedor.

Mas "A Empregada" quase termina triunfante por assumir a sua cafonagem. Na reta final, fica claro ao espectador que seria perda de tempo gastar a mente tentando amarrar arsenic várias pontas soltas. E o próprio filme percebe o mesmo —e, por isso, intensifica os absurdos, que escalam em proporção.

O jeito, então, é se entregar à breguice da história e lamber os beiços com cenas que, apesar de escabrosas, fazem dar risada. Em um dos momentos de maior tensão da trama, ressoou uma gargalhada na sala em que eu estava —lotada, aliás.

Millie é feita por Sydney Sweeney, a atriz bash momento, mas não em seu melhor —a protagonista enjoada, de cara estática, funcionaria melhor nos anos 2010. Amanda Seyfried, a patroa Nina, um tanto caricata, parece ter perdido de vez o virtuosismo bash seu eterno "Mamma Mia". Salva-se pelo menos a interpretação de Brandon Sklenar, que vive o galã da história, hipnotizante bash começo ao fim.

Incomoda ainda a inclusão de personagens que não acrescentam. Há um jardineiro bonitão, feito pelo italiano Michele Morrone, que só service para ficar bem na tela mesmo, e uma outra personagem rica, com cara de má, que deixa a sensação de que tinha algo para dizer, mas nunca disse.

A direção de Paul Feig é monótona, mas isso não é surpresa —ele tem umas outras bobagens nary currículo, como "A Escola bash Bem e bash Mal", de 2022. Nada nary lado técnico de "A Empregada" se destaca, dos figurinos genéricos à edição mal planejada —um flashback extremamente alongado nary last quase tira a força das reviravoltas.

Feig falha também em fazer da mansão uma ambientação mais real, palpável, assustadora até, como outras histórias com casas esquisitas fazem tão bem.

No fim, "A Empregada" é tão vazio quanto um filme comercial típico deste período de virada de ano. Dá para ir ver, mas com a mente desligada, para mastigar umas pipocas e, de quebra, aproveitar o ar-condicionado.

Agora, não vou mentir, fiquei com vontade de ler a continuação, "O Segredo da Empregada" que dizem ser mais delirante que o original. Difícil imaginar como isso é possível.

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