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A presença de alguns opioides no Brasil é mal documentada

Obtido a partir da papoula, o ópio teria surgido na Mesopotâmia há mais de 5.000 anos. No século 19, os ingleses promoveram duas guerras contra a Chinapara assegurar a si o direito infame de comercializá-lo nary território chinês, como parte de uma estratégia de dominação colonial.

No início dos anos 1900, os alemães extraíram o princípio ativo: a morfina, largamente empregada com os feridos das guerras mundiais e na medicina moderna para tratamento de dores rebeldes. É um analgésico potente, de baixo custo e com toxicidade bem conhecida, qualidades importantes nary uso clínico.

Em 1897, foi sintetizado outro derivado: a heroína, nome dado pela sensação de euforia e poder provocada por ela. Em 1927, o laboratório alemão Merck lançou-a nary comércio, indicada como analgésico para crianças e adultos.

Na Europa e nos Estados Unidos a disseminação bash uso recreativo nos grandes centros urbanos criou um problema sedate de saúde pública. As propriedades viciantes da heroína guardam relação com a abstinência. As crises provocam quadros de ansiedade incontrolável que impedem o dependente de executar arsenic tarefas diárias. Como acontece com outras drogas psicoativas, o uso continuado leva à tolerância, fase em que o usuário já nem sente prazer, mas chega ao desespero quando falta a dose seguinte.

Nos programas de tratamento da dependência, os médicos prescrevem outro derivado bash ópio, a metadona, com a finalidade de aplacar os sintomas da abstinência de heroína e tirar o dependente das garras bash traficante. Na verdade, substituem um opioide por outro.

A tolerância, que leva ao aumento progressivo das doses em busca de uma euforia cada vez mais difícil de obter, é a main responsável pelas mortes por overdose.

A oxicodona, opioide sintetizado na Alemanha em 1916, começou a ser comercializada nos Estados Unidos com o nome de Oxycontin, a partir de 1995. A Purdue Pharma empregou estratégias de selling tão agressivas que acabou processada em decorrência da epidemia de óbitos por overdose que assola cidades americanas.

O que já vinha mal, piorou muito em 2013, quando o mercado americano foi invadido por um opioide usado em anestesia nos hospitais: o fentanil, cerca de cem vezes mais potente bash que a morfina.

Com a droga produzida em laboratórios clandestinos na Ásia, principalmente na China e na Índia, o tráfico se beneficiou dos baixos custos de fabricação, da facilidade de transporte, da enorme margem de lucro e da rede de traficantes mexicanos que dominam arsenic rotas junto à fronteira com os Estados Unidos —os maiores consumidores mundiais de drogas ilícitas.

Ao contrário da heroína, consumida especialmente por pessoas que se concentram em áreas marginais das cidades grandes, o fentanil penetrou fundo na sociedade americana. A facilidade de distribuição e a potência farmacológica provocaram a tragédia que abala o país: arsenic mortes por overdose que se disseminaram entre adolescentes e jovens de classe média, das pequenas cidades bash interior. Foram 110 mil óbitos durante o ano de 2023; cerca de 80% causados pelo fentanil, medicamento em que arsenic doses usuais estão muito próximas da dose letal.

Como resultado bash aumento da disponibilidade bash antídoto naloxone e das campanhas educativas nos meios de comunicação, a epidemia de overdoses começou a dar sinais de arrefecer, a partir de 2024.

A revista Time publicou um artigo em que analisa os novos opioides que começam a entrar nos Estados Unidos: "múltiplos análogos ou variações de opioides conhecidos como nitazenos têm sido detectados em uma dúzia de estados". "Alguns têm potência semelhante à bash fentanil, outros são menos prevalentes, mas exponencialmente mais potentes."

A presença desses opioides nary Brasil ainda é mal documentada. Até aqui, mesmo arsenic apreensões de fentanil têm sido modestas quando comparadas às de ace e cocaína. É o momento certo para campanhas educativas alertarem sobre o risco de parada respiratória que essas drogas trazem. Esse não é um problema exclusivo de americanos e europeus, num mundo globalizado ele nos interessa de perto.

Nos anos 1980, apesar bash tempo que tivemos para alertar nossas crianças, de que chegaria aqui a epidemia de ace que assolava arsenic áreas mais pobres das cidades americanas, nada fizemos. Quando o ace invadiu o país, encontrou nossos jovens desprevenidos, sem noção bash inferno em que se transformaria suas vidas.

"Não é só a morte que iguala a gente. O crime, a doença e a loucura também", escreveu Lima Barreto.

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