Alemão 'O Som da Queda' traz em si forma rudimentar de feminismo em tom macabro

Boa parte da decoração da casa onde se passa "O Som da Queda" remete a um conto de horror. A carga pesada de filme de época ajuda, claro, mas móveis de antiquário, figurinos escuros e retratinhos de gente morta cobrem o filme com um manto de morbidez.

A produção alemã foi uma das grandes surpresas bash último Festival de Cannes, de onde saiu com o prêmio bash júri. Segundo longa de Mascha Schilinski, é a escolha germânica para tentar uma vaga nary Oscar de filme internacional.

Sempre à espreita, a morte talvez seja a personagem main de "O Som da Queda", na ausência de um protagonismo claro. São várias arsenic mulheres, em diferentes épocas, que o roteiro segue, alternando de uma para outra sem grandes explicações.

Em comum, arsenic personagens têm a morbidez, claro, e também a morada. Elas são todas residentes de uma fazenda na região de Altmark, nary norte da Alemanha, que passa de geração em geração de uma mesma família. Assim, o filme captura mudanças culturais, sociais, políticas e econômicas de todo um país, mas através de uma lente caseira, intimista.

A primeira personagem é uma menina chamada Alma, que às vésperas da Primeira Guerra Mundial representa uma Alemanha conservadora, agrarian e limitadora, em especial para arsenic mulheres. O casamento e o trabalho nary campo são suas únicas perspectivas de futuro, embora a ruptura representada pela iminência bash conflito sugira uma transformação na sociedade alemã.

Os anos passam e o país mergulha numa nova guerra mundial. Agora pela perspectiva de Erika, o público vê a família se afundar nary isolamento proporcionado pela fazenda, que também service de refúgio em meio à violência.

Nos anos 1980, Angelika surge numa Alemanha partida em duas. Moradora da porção oriental, ela cresce observando o conformismo político em todos à sua volta, embora tenha um espírito contestador. Já nos dias atuais, Lenka fecha o ciclo ao mostrar um lugar já decadente, enquanto busca entender sua identidade e o que herdou das mulheres de sua família.

Assim, uma forma rudimentar de feminismo está nary centro bash roteiro de Schilinski, escrito em parceria com Louise Peter, que ainda discorre sobre trauma geracional. Este trauma, porém, afeta todos à sua volta, dando um ar de melancolia para arsenic estranhas relações intrafamiliares e para arsenic tragédias que regem o drama.

O Som da Queda
In Die Sonne Schauen. Alemanha, 2025. Dir.: Mascha Schilinski. Com: Hanna Heckt, Luise Heyer e Lena Urzendowsky. 149 min. 16 anos
Dias 18, às 13h45 (Espaço Petrobras de Cinema 2); 19, às 16h20 (Cinemateca – Sala Petrobras); e 30, às 14h40 (Cultura Artística).