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Ano de 2025 foi conturbado: o que esperar do bitcoin em 2026?

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Imagem: Getty Images

O ano de 2025 foi conturbado para o bitcoin (BTC). A volatilidade — marca registrada do mercado cripto — voltou a dominar o cenário. A maior criptomoeda do mundo chegou a renovar sua máxima histórica, mas terminou 2025 com queda de 6%, frustrando quem investiu na cripto no início 2025 em busca de ganhos.

Diversos fatores ajudam a explicar esse vaivém. Do lado positivo, houve aumento da entrada de capital institucional, cortes de juros nos Estados Unidos e um ambiente político mais favorável às criptomoedas.

No campo negativo, o mercado sofreu com a escalada da guerra tarifária entre China e Estados Unidos. A aversão ao risco se intensificou, atingindo em cheio os derivativos cripto: em um único dia de outubro, traders chegaram a liquidar cerca de US$ 20 bilhões em posições.

Diante desse cenário, a pergunta que fica é: o que esperar do bitcoin — e do mercado cripto como um todo — em 2026?

O que esperar?

O ano de 2026 tende a ser de incertezas para o bitcoin, por diversos motivos. O principal deles é a discussão sobre uma possível mudança no chamado ciclo de quatro anos do BTC.

Apesar de bastante volátil, o bitcoin historicamente apresentou um padrão: períodos de fraqueza antes do halving (evento que reduz pela metade a emissão da moeda, a cada quatro anos), seguidos por uma fase de consolidação e, posteriormente, movimentos de forte valorização nos meses que sucedem o evento.

Se esse ciclo ainda estiver válido, o BTC pode já ter atingido seu pico neste ciclo, batendo em US$ 126 mil, e entrar em um período de correção ao longo de 2026. O último halving ocorreu em abril de 2024, o que colocaria o mercado em uma fase mais madura do ciclo.

Mas há um ponto de atenção nesse raciocínio. Para muitos analistas, o ciclo clássico pode estar perdendo força. O bitcoin deixou de ser um ativo de nicho e passou a fazer parte do mainstream financeiro, tornando-se mais sensível a fatores macroeconômicos globais.

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"Aumenta a leitura de que o bitcoin pode estar se afastando do ciclo clássico do halving e se tornando mais sensível à macroeconomia e ao mercado financeiro tradicional", disse Rony Szuster, head de research do Mercado Bitcoin.

E isso é bom ou ruim? Para parte do mercado, pode ser positivo. A leitura é que, ao se integrar mais ao sistema financeiro tradicional, o BTC pode sustentar novas máximas em ambientes favoráveis de liquidez.

Juros jogam a favor

Nesse contexto, a política monetária dos Estados Unidos tende a ser um fator-chave. Há expectativa de novos cortes de juros ao longo de 2026. A Fitch Ratings, por exemplo, projeta até três reduções na taxa no próximo ano. O próprio presidente Donald Trump tem pressionado por uma política monetária mais frouxa.

Quedas de juros costumam beneficiar ativos de risco, como as criptomoedas. Com rendimentos menores dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), parte do capital tende a migrar para mercados com maior potencial de retorno - ainda que mais voláteis.

As narrativas que vão nortear o setor cripto

Mas o mercado cripto não vive apenas de bitcoin. Outras narrativas devem ganhar espaço em 2026, beneficiando tanto o BTC quanto as altcoins — termo usado para designar criptomoedas diferentes do bitcoin.

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Tokenização: um dos principais temas é o processo que transforma ativos do mercado tradicional em tokens registrados em blockchain. Esse mercado movimenta hoje cerca de US$ 19 bilhões globalmente. Segundo projeções da gestora Grayscale, o potencial de crescimento é de 1000 vezes até 2030.

Stablecoins: outro destaque são as criptomoedas atreladas a ativos como o dólar. Elas têm se "tornado o principal meio de liquidação para o comércio global de pequena e média escala", disse Marina Fagali, head de comunicação & corporate a?airs da Chiliz.

Inteligência artificial: a integração entre blockchain e inteligência artificial também desponta como uma narrativa emergente. O avanço de agentes de IA operando on-chain pode abrir novas frentes de uso e geração de valor.

"Embora ainda em estágio inicial, esse movimento aponta para a criação de uma nova economia digital, baseada em automação, serviços sob demanda e transações de baixo valor em grande escala", disse Szuster.

Que criptos escolher em 2026?

Na prática, o bitcoin segue como o eixo central do universo cripto. É o ativo mais líquido, com a narrativa mais consolidada e no centro da demanda institucional, segundo André Sprone, LATAM MEXC growth strategy lead.

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"Em 2026, ele deve seguir como posição de longo prazo com potencial de retorno assimétrico. Para a maioria dos investidores, faz mais sentido enxergar o BTC como um pilar de diversificação e reserva de valor digital do que tentar operar movimentos de curto prazo", disse.

Ainda assim, ethereum e algumas altcoins consideradas de maior qualidade seguem tendo espaço - mas com um filtro mais rigoroso do que em ciclos anteriores. Sprone cita projetos como arbitrum (ARB), optimism (OP), solana (SOL), chainlink (LINK), ondo (ONDO) e maker (MKR).

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