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A guerra entre Israel e o Hamas em Gaza continuará por "muitos meses mais", disse nesta quarta-feira a autoridade máxima do Exército israelense.
"Não há soluções mágicas", afirmou disse Herzi Halevi, chefe do Estado Maior das Forças de Defesa de Israel (FDI) a jornalistas.
Ele anunciou que a guerra "continuará por muitos meses mais" para garantir que os "êxitos" militares israelenses "se mantenham durante muito tempo".
"Não há atalhos quando se trata de desmantelar completamente uma organização terrorista, exceto ser constante e decidido na luta", acrescentou.
100 alvos em um dia
O primeiro-ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, anunciou no final da semana que a campanha "não está perto do final".
"Não poderemos liberar todos os sequestrados sem pressão militar. Não deixaremos de lutar", disse.
O Exército israelense informou ter atingido na terça-feira (26/12) mais de 100 alvos em Jabaliya, no norte de Gaza, até Rafah, no sul.
A guerra começou em 7 de outubro, quando o Hamas perpetrou um ataque contra civis em território israelense que deixou mais de 1,2 mil mortos e em torno de 240 sequestrados, dos quais 132 continuam retidos como reféns em Gaza.
Desde aquele ataque, que provocou uma dura resposta de Israel na forma de bombardeios e incursões militares na Faixa, cerca de 1,9 milhão de palestinos foram obrigados a deixar suas casas, segundo a ONU.
Ataques no centro de Gaza
Um representante da ONU em Gaza confirmou à BBC que a parte central do território está sob intensos ataques aéreos.
Gemma Connell, do Escritório da Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), garantiu ter visto uma "carnificina absoluta" nas luas do hospital Al Aqsa.
Muitas pessoas gravemente feridas não puderam ser tratadas porque o hospital estava "completamente saturado", disse.
Ele indicou que muitas vítimas sofreram "ferimentos extremamente graves, mas não puderam ser tratadas porque havia muitas pessoas na frente delas na fila para a cirurgia".
"Algumas eram pessoas atingidas no ataque de ontem [domingo]", disse ele, referindo-se ao bombardeio do campo de refugiados de Al Maghazi, no centro de Gaza.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, contou pelo menos 70 mortos no ataque israelense.
Nova proposta de trégua
"Estamos vendo relatos muito preocupantes de fome e inanição em alguns lugares à medida que a guerra continua, os deslocamentos continuam e os abrigos da ONU estão superlotados", disse à BBC Juliette Touma, porta-voz da agência da ONU para refugiados palestinos (Unwra).
Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, apelou a Israel para reduzir a intensidade dos seus ataques para limitar os "danos causados aos civis".
Meios de comunicação israelenses e árabes afirmam que o Egito propôs um plano de cessar-fogo.
Segundo relatos, esse plano permitiria a libertação gradual de todos os reféns capturados em território israelense e de um número indeterminado de prisioneiros palestinos detidos em prisões de Israel, dando eventualmente lugar à suspensão da ofensiva militar israelense.
No primeiro e único acordo de trégua temporário até agora, mediado pelo Catar, dezenas de reféns em Gaza foram libertados em troca de prisioneiros palestinos.
Tanto Israel como o Hamas ignoraram até agora os apelos para um cessar-fogo mais longo.
Enquanto isso, o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, está em Washington para conversar com Blinken e com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.
As conversas abordarão "questões relacionadas com o conflito em Gaza e o retorno dos reféns detidos pelo Hamas", segundo a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Adrienne Watson.
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