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Atleta que correu 52 maratonas em 2024 mantém projetos ousados para o futuro

Esporte em ascensão popular, a corrida é, para muitos, um método de cura. É o caso da maratonista Livia Slaviero, que encontrou nas ruas o caminho para se recuperar da depressão, e hoje é referência na modalidade, com metas cada vez mais ousadas. Em maio deste ano, a atleta lançou seu primeiro livro, o “Projeto 52 Maratonas”, que conta a história do número de vezes que fez o percurso de 42,195 km em 2024.

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Esporte em ascensão popular, a corrida é, para muitos, um método de cura. É o caso da maratonista Livia Slaviero, que encontrou nas ruas o caminho para se recuperar da depressão, e hoje é referência na modalidade, com metas cada vez mais ousadas. Em maio deste ano, a atleta lançou seu primeiro livro, o “Projeto 52 Maratonas”, que conta a história do número de vezes que fez o percurso de 42,195 km em 2024.

Uma vez por semana, seja em Porto Alegre, Brasil afora ou no exterior, Livia completava uma prova, fosse ela oficial ou por conta. Sua trajetória, no entanto, começou com outro objetivo, 17 anos atrás. “Em 2008, quando entrei na faculdade de Educação Física, tinha 18 anos, pesava 90 kg e fumava”, conta. Quando começou a estagiar em uma academia, juntou o útil ao agradável e partiu para os treinos, somados à dieta, que a levaram à corrida. Foram 35 kg perdidos e novos hábitos em uma vida ressignificada.

Mas, logo em seguida, ela passou pelo momento mais difícil da vida. “Meu pai teve câncer e eu tive depressão. No dia que entrei no trabalho de parto, ele morreu. Não consegui me despedir e nem curtir a maternidade. Fiquei naquele conflito”, conta. Para vencer essa luta, que resultou na depressão pós-parto, ela foi ao psiquiatra, que lhe recomendou o retorno às pistas. Mesmo sem se sentir preparada, repensou e, acompanhada de sua filha, Luísa, no carrinho, começou a correr mais uma vez. “Corria, chorava, trocava a fralda e amamentava”, relembra a maratonista.

Outro parceiro na trajetória é o marido, Rafael, que a acompanhou nas 14 provas oficiais do ano passado. A família, para a atleta, é o principal exemplo a ser seguido. Os pais sempre seguiram uma rotina saudável e é isso que ela passa para a filha, de geração para geração.

E assim, Livia foi se reencontrando. A primeira maratona foi em 2014, e depois de mais algumas pelo caminho, resolveu que em 2019 voltaria a percorrer o trajeto, com outro significado, na Maratona Internacional de Porto Alegre. Foram seis meses de treinos, “um ciclo perfeito”, ela define. Entretanto, a véspera saiu de controle e, à noite, não dormiu. “Cheguei, quebrei na prova — perdeu o ritmo planejado —, fiquei mal, fiz bolha no pé, e tudo que podia acontecer de errado, aconteceu” lamenta. “Quando terminei, decidi que não queria mais passar por isso e ia seguir treinando. E comecei a aumentar o volume”, retoma.

E foi aí que a corredora descobriu seu caminho, e um novo propósito. Entendeu que gostava de volumes, e traçou novos objetivos. “Para mim, correr 30, 40, 60 km não era difícil. Doía, mas eu ia. Vi que era isso. Queria viajar e conhecer o mundo fazendo maratonas”. Em 2024, portanto, chegou ao estopim da trajetória, ao menos até aqui. E as 52 vezes em que saiu de casa lhe renderam o livro. “Não foi só sobre o percurso, mas tudo que acontecia durante a semana. A tentativa de patrocínio, a questão da alimentação, de como fiz com os exames e fisioterapia e o que acontecia entre uma maratona e outra”, explica Livia.

Fora do País, no projeto, correu em Budapeste, Barcelona, Lisboa e Punta del Este. E dentre todas, classifica a cidade espanhola como a prova mais bonita, da famosa Sagrada Família à beira da praia. Mesmo assim, o momento mais emocionante foi em casa, na Maratona de Porto Alegre, em setembro: “Foi quando passei dentro do Mercado Público. Tinha uma galera tirando foto, muita gente torcendo. Foi muito lindo saber que depois de tudo que tinha acontecido nas enchentes, as pessoas estavam lá, seguindo em frente”.

Livia encontrou na Maratona de Porto Alegre, o momento mais emocionante do projeto | Arquivo pessoal/Divulgação/JC

Livia encontrou na Maratona de Porto Alegre, o momento mais emocionante do projeto Arquivo pessoal/Divulgação/JC

E o maior desafio para a atleta, que já tem 84 maratonas no currículo, não foi com o tênis no pé. Para Livia, vender o livro é a parte mais difícil. A árdua busca por patrocínios e algumas portas fechadas foram obstáculos. O custo de aproximadamente R$ 60 mil para produção da obra na editora também a obrigou a seguir por conta própria. No total, foram R$ 17 mil investidos entre diagramação, revisão, ficha catalográfica e a impressão das mil cópias, das quais cerca de 800 ainda estão à venda.

O caminho, segundo ela, é justamente nas maratonas. ‘Meu trabalho agora é viajar, dentro das minhas possibilidades, para poder vender. É onde tenho o maior alcance, porque é um público super qualificado”, conclui.

O próximo projeto também já está definido. Livia irá correr uma meia-maratona (21,0975 km) por dia durante um ano, a partir de 15 de setembro, e está produzindo um livro sobre sua nova façanha que, caso completa, entrará no Guinness, o livro dos recordes. Para sua obra, ela segue atrás de patrocinadores para viabilizar a compra de equipamentos e contratação de uma equipe. Em homenagem ao Rio Grande do Sul, escolheu as cores verde, vermelho e amarelo para representar a iniciativa.

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