A empresa também desativou uma série de vídeos e perfis que utilizavam os termos, justificando que o material violava as Diretrizes da Comunidade. Para especialistas, a medida ainda é limitada, e muitos conteúdos sobre o tema ainda estão disponíveis.
⚖️ Pela legislação brasileira, é proibido casar antes dos 16 anos, mesmo com consentimento dos pais.
Antes da publicação da reportagem, buscas pelas hashtags #casadaaos13, #casadaaos14 e #casadaos15 retornavam 32, 213 e 582 vídeos, respectivamente. Agora, a pesquisa exibe apenas a mensagem: “Não foi possível localizar esta hashtag”.
Hashtag #casadaaos14 foi bloqueada pelo TikTok após publicação da reportagem. — Foto: Arte/g1
Alguns vídeos com a hashtag #casadaaos14 ainda estão no ar, mas agora aparecem sem a descrição original. Um vídeo de outubro de 2025, cuja legenda era “#casadaaos14😍💍”, continua disponível no perfil, porém sem a hashtag e emojis que o acompanhava.
Publicado em 2023, um outro vídeo trazia uma legenda de uma jovem que dizia estar casada aos 14 anos: “05:00 montando a marmita do marido". O conteúdo acumulava mais de 183 mil curtidas, 2,6 mil compartilhamentos e a hashtag #casadaaos14.
A conta responsável — com mais de 190 mil seguidores e dedicada a rotinas domésticas de uma adolescente supostamente casada, e hoje com mais de 16 anos — segue ativa, mas o vídeo não está mais disponível.
Apesar do bloqueio da hashtag, parte dos conteúdos continuam disponíveis, porém sem legendas. — Foto: Arte/g1
Outros perfis que promoviam esse tipo de conteúdo também estão indisponíveis. Duas das dez contas que a reportagem tentou contato e que divulgavam vídeos com rotinas de casadas não estão mais disponíveis.
O g1 assistiu a 56 vídeos a partir das buscas no TikTok. Destes, 35 não estão mais disponíveis.
Variações das hashtags continuam disponíveis
Embora a busca das hashtags não retorne mais resultados, outras variações dos termos continuam disponíveis. É o caso de #casadaaos14anos, com 41 publicações. Outras idades, como #casadaaos11 e #casadaaos12, não incluídas na primeira reportagem, também permanecem buscáveis na plataforma.
Apesar do bloqueio da hashtag #casadaaos14, outras variações continuam disponíveis na busca. — Foto: Arte/g1
Bloqueio do TikTok à hashtag #casadaaos14 é limitada, diz especialista
Especialistas avaliam que, embora o bloqueio dificulte o acesso aos vídeos, a medida ainda é limitada.
De acordo com Manu Halfeld, analista de Relações Governamentais do Instituto Alana, que atua na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, o que aconteceu foi "uma desindexação da hashtag". Isso remove apenas o resultado dos mecanismos de busca.
"Apesar disso, é temerário que os vídeos ainda possam ser alcançados, ainda mais quando há um modelo de distribuição global. Seria importante compreender se outras estratégias de moderação estão sendo adotadas, como diminuição preventiva de alcance, remoção de conteúdos", aponta Manu.
Além dos conteúdos mencionados na reportagem, outros vídeos associados às hashtags investigadas também foram removidos. O TikTok não informou o total de publicações derrubadas.
Raquel diz que a moderação de conteúdo hoje nas plataformas é mais objetiva e consegue, por exemplo, identificar conteúdo explícito de nudez, mas não entende nuances culturais, como as relacionadas ao casamento infantil.
Para além das análises automatizadas, Manu pontua que é importante uma ação conjunta com profissionais com conhecimento do contexto para identificar e coibir riscos emergentes.
Em nota, o TikTok afirmou que, além da remoção de perfis e vídeos, outras medidas de segurança incluem o bloqueio de hashtags e termos na busca. Questionada sobre o motivo de não ter removido as outras hashtags, a plataforma não deu explicações e respondeu que avaliará internamente.
Segundo Raquel, ao bloquear uma hashtag ou legenda, a plataforma restringe o acesso ao conteúdo. No entanto, de acordo com as especialistas, o uso de palavras-chave envolve um monitoramento ativo das plataformas. Quando há uma reação para coibir um uso abusivo nas redes, são inventadas novas formas de tentar burlar os sistemas de segurança.
'É a romantização do casamento infantil', diz especialista
Para Mariana Zan, do Instituto Alana e membro da Coalizão de Direitos nas Redes, esse conteúdo "romantiza" o casamento infantil, por tornar “aceitável, bonito ou romântico” uma adolescente ou criança estar casada.
"Esse tipo de post, de divulgação, reforça essa ideia da naturalização e romantiza. É, uma ideia de que, não só é comum [o casamento infantil], como pode ser bom e que não é uma violência, não é uma violação de direitos", conclui.

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