ChatGPT Search vs. Google: qual buscador é melhor? Testamos

A primeira diferença relevante está na interface dos buscadores, já que o Google utiliza a mesma apresentação de sempre, com a barra de buscas ao centro e um Doodle quase sempre comemorativo de uma data especial logo acima. Já o ChatGPT Search tem a interface principal do ChatGPT, utilizada para interagir com a IA, mas com o logo de “Pesquisa” abaixo da barra de prompt. Isto porque, na prática, as pesquisas realizadas no ChatGPT Search também contam como interações com o chatbot, ficando registradas na aba de GPTs anteriores.

Esta diferença é crucial para a IA armazenar o contexto da “conversa”, permitindo refinar as buscas a cada interação, e não apenas realizar novas pesquisas do zero. Em outras palavras, caso o primeiro resultado de uma pesquisa não esteja consoante as expectativas do usuário, reformular os termos preserva a ideia original, apenas aprofundando no assunto ou trazendo respostas mais precisas. Por outro lado, a funcionalidade exige que o usuário sempre clique antes na opção “Novo GPT” antes de realizar uma nova pesquisa, para evitar que o contexto do tema anterior interfira nas respostas do novo tema.

Já no Google, pesquisas consecutivas são sempre consideradas buscas originais e ignoram as respostas anteriores, retornando links ou gerando resumos por GenAI diferentes. Além dos resultados mudarem, os resumos por IA ocorrem automaticamente, não sendo possível definir quando utilizar a função. Ou seja, mesmo que ela faça sentido para o usuário, se o próprio Google não entender que a funcionalidade é relevante, não há como forçar sua aplicação, ao menos por enquanto. No ChatGPT Search, todas as respostas sempre são apresentadas de forma resumida e diretamente na interface do buscador, com os links de referência listados abaixo.

O Google evoluiu desde que foi lançado em 1996 e, por mais que isto não se reflita na home, a situação muda de figura uma vez que a pesquisa é realizada. Além das respostas procuradas, as telas de pesquisa trazem várias abas, botões e outros elementos na tela de busca, seja para direcionar para outros serviços da plataforma ou apenas para buscar elementos específicos, como vídeos ou produtos. Isso faz com que a página acabe poluída e com excesso de informações, enquanto, no ChatGPT Search, a tela de respostas preserva os elementos da home e exibe um resultado bem mais limpo em uma caixa de diálogo centralizada.

Outra diferença é o tempo de resposta dos motores do Google e do ChatGPT Search. Enquanto o Google entrega os resultados quase que instantaneamente e leva apenas poucos segundos para criar resumos por IA, algumas buscas testadas no ChatGPT Search chegaram a levar mais de 10 segundos para apresentar as respostas. Isto ocorre porque o motor de busca do ChatGPT utiliza como padrão o modelo GPT-4o, muito mais preciso e robusto, permitindo cruzar resultados de mais sites e criar respostas maiores e mais complexas.

Em compensação, a funcionalidade de resumo por IA do Google é baseada no modelo Gemini 1.5 Flash, com menos parâmetros, mas mais rápida. Mesmo quando o buscador ativa, automaticamente, o resumo do Gemini, o resultado é exibido muito antes da mesma pergunta realizada para o ChatGPT Search. Até é possível forçar o ChatGPT a utilizar o modelo GPT-4o mini, mas a diferença na qualidade dos resultados é nítida, podendo ficar até um pouco confusa no modelo mais leve.

Falando em informação, este é o quesito mais divisivo entre os dois buscadores, nem tanto pela qualidade, mas pelo formato. De maneira geral, quando utilizamos motores de busca, estamos interessados em encontrar páginas, artigos ou guias sobre um tema, e nem sempre respostas rápidas e resumidas. Por esta razão, o Google equipado com a IA do Gemini ainda é uma escolha mais eficiente em uso geral, pois continua retornando todos os resultados indexáveis no banco de dados do buscador, ao passo que o resumo — quando é produzido — traz apenas um panorama das entradas mais relevantes.

Testando algumas buscas básicas, como dicas para “escolher um bom notebook gamer”, o Google apenas lista guias ou matérias de sites especializados, como a publicada pelo TechTudo, mas, neste caso específico, não conseguiu produzir um resumo. No caso do ChatGPT Search, o buscador até lista algumas matérias no final, mas a resposta principal explica de forma concisa e eficiente quais elementos considerar na hora de escolher um modelo, dando alguns exemplos de boas opções e os motivos delas serem relevantes.

Em uma pesquisa mais genérica, como dicas de locais turísticos em Lisboa, o buscador do Google conseguiu gerar um resumo, mas trazendo apenas bullet points com locais para visitação, sem oferecer muito contexto. Realizar a mesma busca no ChatGPT Search resultou não apenas em uma lista de pontos turísticos, mas em um guia explicando um pouco sobre cada local, facilitando na hora de montar um roteiro de viagem.

O ChatGPT Search consegue criar respostas mais elaboradas desde a primeira interação, mas se limita a entregar exclusivamente uma composição baseada nos artigos que o próprio modelo GPT-4o considerou mais relevantes, omitindo outras entradas em potencial. Desta forma, à primeira vista, as informações do buscador da OpenAI podem parecer mais precisas, mas é impossível realizar uma checagem profunda comparando com outras fontes, já que ele exibe apenas as referências utilizadas para gerar a resposta original.

Sendo assim, dependendo do tipo de pesquisa, é praticamente obrigatório refinar a busca sucessivamente, inserindo novos prompts a cada interação para forçar o motor de busca a expandir o escopo e incluir mais páginas. Ainda assim, cada nova resposta, novamente, irá apresentar os links utilizados para gerá-la e não uma lista completa de sites cobrindo aquele tema.

O ChatGPT Search continua sendo uma camada específica do chatbot voltada para respostas direcionadas e objetivas, minimizando o caráter “criativo” da IA. Contudo, ele deixa de lado o caráter principal dos buscadores de exibir todos os resultados disponíveis e não um recorte específico apenas do que o modelo GPT-4o considera relevante.

O Google, em compensação, ainda atua como um buscador, de fato. Apesar de trazer uma ferramenta de IA Generativa mais simples e com resumos mais rasos, ele exibe todas as entradas disponíveis indexadas em seu banco de dados, priorizando algumas específicas para criar os resumos, mas não omitindo as demais, o que facilita a checagem de referências e buscas por mais fontes.

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