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Colisão com a Terra, nave espacial? O que é o 3I/ATLAS, alvo de confusão

Cometa apresenta comportamento químico e físico incomum. "Ele é muito rico em dióxido de carbono, sugerindo que foi formado em regiões extremamente frias do seu sistema de origem", afirma o astrônomo Marcelo De Cicco, doutor em astronomia pelo Observatório Nacional e coordenador do projeto EXOSS.org. Além disso, objeto começou a expelir muito dióxido de carbono com baixa quantidade de água, e linhas atômicas de níquel antes do esperado. Esses elementos, explica De Cicco, indicam que o núcleo dele é complexo, talvez formado por camadas misturadas, com contaminação de níquel e ferro — algo incomum nos cometas que conhecemos.

A aparição do 3I/ATLAS também alimentou especulações de que o corpo celeste pudesse ser uma nave alienígena. Os especialistas, porém, são categóricos: "Até o presente momento, não houve nenhuma assinatura de tecnologia ou artificialidade. As variações de velocidade e brilho são naturais, como qualquer outro cometa conhecido", diz De Cicco.

Nada leva a crer que possa ser uma nave alienígena ou algo do gênero. Ele tem algumas propriedades químicas particulares, mas nada que a comunidade acadêmica considere fora do natural. Thiago Signorini Gonçalves, professor de astrofísica e diretor do Observatório do Valongo (UFRJ)

Campanha científica, não alerta de risco

A ideia de que o cometa representaria uma ameaça à Terra foi resultado de uma má interpretação. "Não houve nenhum alerta, isso foi um exagero", explica De Cicco. "O que aconteceu foi o anúncio de uma campanha observacional para que telescópios do mundo inteiro acompanhassem o objeto."

A campanha internacional de observação foi organizada pela IAWN (International Asteroid Warning Network). A rede é ligada à ONU e reúne cientistas e agências espaciais para treinar medições e testar protocolos de observação.

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