Com Flávio no páreo, União Brasil pisca para Lula

O cenário mudou. Tarcísio de Freitas (PP-SP), o plano A da Federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, está escanteado, principalmente após pesquisa Quaest apontar a competitividade de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Vendo o jogo mudar, o centrão, que de bobo não tem nada, tratou de se reposicionar. Após anunciar o desembarque do governo e expulsar o ministro Celso Sabino (PA), o União pediu de volta o cargo e indicou outro nome. Oficialmente, o presidente do partido, Antônio Rueda, não aparece. Mas avalizou o movimento, terceirizado ao líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA).

Fernandes chegou a ser confirmado para o Ministério das Comunicações em abril, mas recusou a pasta diante da divisão interna no União e da impopularidade do governo no primeiro semestre. Nos últimos dias, recalculou a rota e participou da construção do novo indicado para o Turismo, Gustavo Damião, ex-secretário de Turismo da Paraíba e filho de deputado Damião Feliciano (União-PB). Pai e filho são próximos a outro cacique do centrão, o presidente da Câmara, Hugo Motta, que, claro, avalizou o nome. Damião foi vice-líder do governo e alinhado à esquerda, egresso do PDT. Tem uma parcela expressiva do partido, principalmente no Nordeste, que ainda vota com o governo e estará com Lula em 2026.

Lula mata dois coelhos com uma cajadada: faz um aceno ao União Brasil e a Hugo Motta, que quer eleger o pai senador na Paraíba no ano que vem. O custo foi rifar um aliado: Sabino, que comprou briga com o partido e acabou expulso para se manter no governo. Fez o jogo errado. Está sem cargo e sem chapa para disputar o senado no Pará. A família Barbalho, que manda em tudo por lá, tem a chapa pronta e não inclui Sabino.