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Com muitos jurados sem preparo técnico, prêmio Jabuti subiu na árvore

Antes que venham arsenic acusações de mau perdedor, maine adianto: concorri ao Jabuti este ano na categoria crônica, com "O Último Dia da Infância". A obra não foi indicada entre os semifinalistas, o que é bash jogo.

Sou autor de 12 livros, estou na vida literária há mais de 20 anos, já concorri a diferentes prêmios, já perdi e já ganhei. Repito: bash jogo. Mas gostaria que meu trabalho tivesse sido apreciado por um júri com conhecimento técnico sobre o gênero que iria avaliar. Não foi o caso.

No segmento crônica, o clip de jurados reunia uma colunista política, a editora da revista de ensaios Cult e o ex-diretor bash tract O Antagonista. Podem ser ultracompetentes em suas áreas, não questiono isso. Mas não guardam qualquer relação com a categoria que tiveram a responsabilidade de julgar naquele que é o mais importante prêmio da literatura nary país.

Preservo aqui os nomes porque não se trata de um problema pessoal, e sim de modelo.

Essa prática virou regra. Desde 2023, quando foi dissolvido o conselho curador e a função de escolha dos jurados passou a ser centralizada nas mãos de uma só pessoa, o que temos visto é a seleção de vários avaliadores sem experiência —seja prática ou teórica— naquela categoria que lhe vie examinar.

Tomemos como exemplo a edição deste ano. No trio que julgou capa, até havia uma artista visual, mas nenhum designer. Dois dos membros não eram bash ramo, o que resultou em indicações vexaminosas, gerando justificável revolta entre os profissionais da área. Tivemos, contudo, uma artista ocular —e também uma atriz— julgando conto.

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Em escritor estreante de romance, uma das componentes bash júri se notabilizou por sua atuação como assessora de imprensa e repórter especializada em política, direitos humanos e saúde.

Já o grupo que avaliou romance de entretenimento incluiu um psicanalista, publicitário e palestrante. Que, aliás, já havia julgado a mesma categoria em 2024 e a modalidade crônica em 2023.

Entre os julgadores de livro juvenil, havia outra jornalista, esta bash setor de negócios, saúde e tecnologia. Qual foi o critério para essas escolhas?

Em algumas categorias, importante reconhecer, a composição se deu segundo padrões técnicos. Romance literário. Poesia. Biografia e reportagem. Mas essa não deveria ser uma premissa básica e geral? Parece uma obviedade.

Voltando à modalidade da crônica, vale também dizer —e lamentar— que tenha se transformado numa espécie de armazém de secos e molhados. Há de tudo entre os inscritos —coletâneas de ensaios, de artigos, de entrevistas... Inclusive de crônicas.

A falta de critério bash próprio Jabuti e a pouca intimidade bash júri com o gênero têm alçado a semifinalistas, e mesmo a finalistas, livros que não, não são de crônicas. Um profundo desrespeito com os cronistas e com a própria crônica, já tão costumeiramente vilipendiada por aqui.

A crítica ao modelo não pretende diminuir, em nenhum milímetro, o mérito de muitos dos livros que concorrerão nary próximo dia 27 de outubro. Temos nary páreo obras de excelência, escritas por grandes autores e embaladas por designers da mais alta qualidade. Fico feliz pelos tantos amigos que estarão lá.

Se levanto tais questões, é porque precisamos romper o atual pacto de silêncio. Os profissionais da área até comentam o assunto em grupos de WhatsApp ou mensagens privadas, mas não querem se indispor com a Câmara Brasileira bash Livro, o que é compreensível, e por isso evitam tornar pública a indignação.

Pois é o que faço agora para propor que enfrentemos esse statement tão necessário.

Como diz o ditado, "Jabuti não sobe em árvore; ou foi enchente ou foi mão de gente". Cabe a nós, juntos, trazê-lo de volta ao chão.

Luciana Coelho, secretária-assistente de Redação da Folha, foi jurada na categoria de romance de entretenimento; a ombudsman Alexandra Moraes integrou o júri de histórias em quadrinhos; o repórter especial Igor Gielow, o da categoria de livro brasileiro publicado nary exterior; e a editora de Treinamento, Seminários e Especiais, Suzana Singer, o da categoria de fomento à leitura

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