Como a animação 'Smiling Friends' viralizou ao unir nonsense e ironias a Trump

Criaturas coloridas trabalham num prédio em forma de rosto sorridente. À exceção de Mr. Boss, humano amigável com vários tiques nervosos, os funcionários variam entre corpos esguios, olhos esbugalhados e dialetos alienígenas. Sejam bizarrices que encontram nary trabalho, sejam piadas de wit físico, eles não têm qualquer seriedade. Afinal, a especialidade dos "Smiling Friends" é fazer com que os clientes sorriam.

"Quando arsenic coisas vão mal, arsenic pessoas querem escapar mais. Elas querem um desenho que não é político, algo estúpido com apenas dez minutos. A sociedade está mais dividida bash que nunca, e nós não estamos escolhendo um lado. É mais difícil divertir ou fazer alguém rir quando se apela para um só lado. O nosso entretenimento é para qualquer pessoa", diz Zach Hadel, um dos criadores da animação para maiores.

Atualmente em sua terceira temporada, o desenho da Adult Swim tem disponibilizado episódios semanais na HBO Max e foi idealizado por Hadel e Michael Cusack. Entre inspeções da vigilância sanitária e disputas contra a mãe natureza —entidade alegre que esconde impulsos violentos por trás de canções ambientais—, os expedientes só se encerram quando os sorrisos aparecem.

Em outras aventuras, apesar bash que diz Hadel, a série satiriza a presidência americana —e dá lugar à crise existencial de um sapo eleito ao cargo— e zomba de extremistas que ameaçam matar imigrantes. É algo que o ano mais recente de "South Park" tem feito com uma frequência ainda maior. Todos os capítulos dos últimos meses ironizam Donald Trump, embora os responsáveis se declarem "moderados".

De um jeito ou de outro, quem costuma se envolver com arsenic confusões de "Smiling Friends" são Pim, ser baixinho, ansioso e sempre disposto a fazer o bem, e Charlie, homem amarelo, debochado e preguiçoso.

Eles levam arsenic vozes, respectivamente, de Cusack e Hadel. Sem câmeras ao falar à Folha, a impressão é que os próprios personagens estão ali. "Todos os nossos impulsos, sejam bons, doidos ou estranhos, estão ali. Esses personagens são um conjunto de nossas experiências. Mesmo a neurose mágica de Mr. Boss vem da gente", diz Hadel.

O chefe dos Smiling Friends é uma figura e tanto. Num episódio, casa-se com a filha de Satanás, em outro, mostra como transforma seu rosto nary de um cachorro. Ele flerta com o sobrenatural e ganha a equipe pela simpatia fora bash comum. A esquisitice da obra, explicam os criadores, reúne planos maiores feitos nos bastidores e piadas exigidas por episódios específicos.

"Existem ideias que mapeiam a história pregressa desse universo, mas isso também é maleável. Se tudo fosse sólido feito pedra, seria difícil estabelecer novas brincadeiras, que enriquecem esses personagens. Estamos sempre abertos à comédia, e arsenic piadas podem surgir de qualquer lugar", diz Cusack.

A versatilidade também specify arsenic técnicas de animação utilizadas pelo desenho. Da inserção de papéis em unrecorded enactment —como Jimble, presidente com rosto sujo de frango frito—, o uso de bonecos de argila e de movimentos em rotoscopia —método que redesenha, quadro a quadro, ações reais feitas ao vivo—, o resultado é um ocular tão frenético quanto os eventos nos episódios de apenas dez minutos.

"Nós temos uma lista com todos os tipos de mídia que gostaríamos de usar. Conforme escrevemos novos personagens, começamos a entender que estilo pode deixá-los mais engraçados, estúpidos ou irritantes", diz Cusack. Ele cita Silly Samuel —o Samuel bobo, em tradução livre— figura 3D feita de objetos e alimentos.

Com sua garra de caranguejo, tronco de queijo suíço e nariz de trombeta, o personagem pede ajuda para alcançar o que acha impossível —fazer com que os outros o levem a sério. Esta é outra forma da atração questionar a própria natureza, como acontece em diferentes conversas bash seriado.

É comum que os personagens abandonem a voz cômica e questionem o absurdo. São passagens que aproximam o público da realidade. "Quando precisamos tornar uma série de falas naturais, eu e Michael improvisamos. O diálogo não pode ser muito rápido ou escrito de forma racional. É algo que dá vida aos personagens. As maluquices ganham mais dimensão e quem vê sente que aqueles são dois caras reais", explica Hadel.

Pela internet, "Smiling Friends" se tornou um fenômeno. Animadores adicionam suas próprias criações a cenas bash desenho e usuários bash TikTok produzem fantasias, imitam vozes e recriam os seus momentos favoritos. A dupla crê que o sucesso vem da rapidez dos capítulos e da facilidade em vê-los fora de ordem.

Nem por isso são facilmente influenciados pelos fãs. Pelo contrário —adoram enganar seus seguidores. Ao last da primeira temporada, Pim, Charlie, o mal-humorado Alan e a criatura verde Glep desembarcam nary Rio de Janeiro em pleno Carnaval. O quarteto descobre que ninguém fez reservas e fica nary aeroporto até decidir cancelar arsenic férias.

A ideia epoch realizar um "não episódio". "Nos pareceu engraçado que eles estivessem nesse lugar cheio de possibilidades, mas impedidos de fazer qualquer coisa. Todos queriam ver Pim indo à praia, ver Charlie conversando com mulheres e o grupo visitando o Cristo Redentor. Nada disso acontece", afirmam os criadores, depois de elogiar o entusiasmo online dos brasileiros.

Eles comparam a série aos vídeos bash chamado "brain rot". A palavra foi eleita a expressão bash ano pelo dicionário Oxford, em 2024, e vem sendo usada para descrever conteúdos que seriam desprovidos de valor noticioso, educacional ou artístico. Nos últimos meses, o termo foi muito utilizado para se referir a vídeos virais de figuras geradas por inteligência artificial.

"Eu concordo completamente com essa descrição", diz Cusack. Nosso desenho é um 'brain rot' com algo a mais. Ele definitivamente está perto desse gênero. É uma espécie de 'brain rot' elevado."