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Como amêndoas ajudaram a datar naufrágio ocorrido há mais de 2 mil anos

Os pesquisadores precisaram criar método para limpar substância que impedia precisar a data do naufrágio. Um dos principais fatores que dificultava o estudo dos destroços era a presença da substância polietilenoglicol (PEG), usada por especialistas para prevenir a decomposição das amostras de madeira molhadas da embarcação quando fossem retiradas da água e tivessem contato com o oxigênio. Embora seu uso tenha sido padrão durante décadas, ela impediria a datação por radiocarbono, técnica largamente aplicada para determinar a idade de resquícios arqueológicos.

A equipe conseguiu remover 99,9% da PEG. O método foi testado em resquícios de madeira da Roma antiga e os resultados coincidiram com os dados já conhecidos. O trabalho foi liderado por Sturt Manning, professor da Universidade Cornell, em parceria com a Universidade de Groningen, na Holanda.

Dentro das jarras que haviam sido encontradas, as amêndoas não haviam sofrido os efeitos da PEG. Foi justamente ali que o grupo se debruçou para seguir com as pesquisas. Aplicando a técnica de radiocarbono nos frutos, o grupo conseguiu chegar a uma data precisa.

Arqueólogos nos destroços do navio Kyrenia, encontrado em 1965
Arqueólogos nos destroços do navio Kyrenia, encontrado em 1965 Imagem: Divulgação/Kyrenia Ship Excavations

Com o estudo, descobriu-se que o naufrágio é ainda mais antigo do que se pensava. Acreditava-se que o Kyrenia havia afundado no ano 4 a.C. Porém, o novo estudo afirma que a maior probabilidade é que o acidente tenha ocorrido entre 286 e 272 a.C., sendo ainda mais antigo.

O navio foi o primeiro do período grego-helenístico a ser encontrado com o casco praticamente intacto. A embarcação tinha quase 15 metros de comprimento, uma única vela quadrada e espaço para uma tripulação de até 4 pessoas. "Naufrágios são cápsulas do tempo únicas, e hoje é possível conseguirmos uma preservação incrível", comemora Manning.

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