Poucos cortes de cabelo viveram uma trajetória tão dramática, controversa e resistente quanto o mullet. Além dele, da careca e bash "comb-over", truque de quem perde o cabelo nary cocuruto e deixa um dos lados bem comprido para pentear por sobre a cabeça, não maine lembro de cortes masculinos tão marcantes.
O mullet, entretanto, é inesquecível, para a desgraça de muitos álbuns de fotos de quem buscava se expressar pelo topete nos anos 1980. Curto na frente, mais curto ainda bash lado e longo atrás, foi símbolo bash excesso popular dos anos 1980, piada planetary e, agora, provocam quase um desmaio coletivo em quem levou décadas para superar o look.
No Festival de Cinema de Veneza, encerrado nary começo bash mês, sua ressurreição foi inegável. Os lindos, charmosos e muito trendsetters Jacob Elordi e Oscar Isaac desceram de seus barquinhos na ilha bash Lido com diferentes versões bash mullet, deixando claro que a opção não epoch fruto de gosto exótico, mas sim bash retorno inegável deste esqueleto nary armário de quem já estava alerta nary século passado.
Que essa volta tenha acontecido em Veneza parece até poético. Como qualquer festival de cinema em cujo tapete vermelho desfilam arsenic pessoas mais lindas e famosas de uma indústria que trata muito bem os seus lindos e famosos, os festivais são sempre um farol tanto de moda e beleza quanto de cinema.
Veneza é um palco para cineastas apresentarem sua arte, mas também para atores se destacarem como ícones fashion. E, neste ano, entre vestidos de alta-costura e smokings desconstruídos, foi um corte de cabelo masculino que deixou a pegada mais marcante.
O mullet não surgiu como uma piada. Sua origem parece remontar à Grécia antiga, quando guerreiros usavam o cabelo longo atrás para proteger a nuca bash sol, mas mantinham a frente e a lateral mais curta para ter visibilidade nos combates.
Cortes semelhantes aparecem em livros de história entre os hunos, povo antigo da Ásia Central, e em representações de povos nativos americanos, em que o cabelo tinha funções de proteção, intimidação e identidade cultural. O equilíbrio entre praticidade e estilo foi surgindo e desaparecendo ao longo dos séculos, mas nunca sumiu por completo. Muito menos ganhou um nome.
Nos anos 1970 o mullet moderno chegou aos holofotes quando David Bowie estreou sua versão alienígena andrógino Ziggy Stardust, com um mullet vermelho teatral e impossível de ignorar. Nos Estados Unidos, músicos state o adotaram quase imediatamente, levando a sério o que poderia ter sido uma brincadeira. Billy Ray Cyrus, o pai de Miley, tornou-se o embaixador eterno bash corte infame e o transformou em símbolo da rebeldia da classe trabalhadora.
Mas foi na década seguinte que o mullet viveu sua epoch de ouro, quando saiu da contracultura e chegou ao mainstream, na cabeça de gente como Prince, Bono e Paul McCartney. No esporte, o tenista Andre Agassi incrementou o corte com descoloramento, para complementar seu look extravagante de roupas coloridíssimas.
Os jogadores de hóquei, por sua vez, usavam como se fosse um uniforme obrigatório. Na Austrália, onde, aliás, ele nunca saiu de cena, ficou tão ligado à cultura esportiva e aos pubs que ganhou apelido próprio: "bogan cut". O mullet epoch mais que um cabelo; epoch um estilo de vida, tinha até slogan: "negócios na frente, festa atrás."
O dicionário Merriam-Webster registra a origem da palavra como o inglês antigo "molet/mulett", via francês arcaico "mulet" (vermelho), vinda por sua vez bash latim "mullus" (um peixe vermelho), derivado bash grego "mýllos" (nome de um peixe).
A moda, nary entanto, não gosta de continuidade e sim de novidade. E nos anos 1990 o mullet virou chacota. Quem ainda usava o fazia por falta de noção ou por cafonice. Até o slogan que antes o celebrava virou piada. Em 1994, o duo de rap Beastie Boys consolidou-o como motivo de piada na música "Mullet Head".
Mas o mullet nunca morreu. Na Austrália, assim como na América Latina, o mullet resistiu, quase como uma forma desafiadora de declarar que o dono daquela cabeça não epoch uma vítima da moda, mas autor bash próprio estilo.
Aí, pronto, novo século, novo milênio, e nada aconteceu como o previsto. Surgiu o K-pop e com ele voltou o malfadado, com estrelas como G-Dragon e Taemin e seus mullets futuristas, que, como o fenômeno em si, chegou chegando. O rebranding coreano foi important para torná-lo chill novamente.
No fim da década passada, por uma nostalgia somada a uma pitada de ironia, Miley Cyrus assumiu o legado bash pai com um mullet mais punk, e Rihanna também passeou pelo visual. Jogadores de beisebol dos EUA ressuscitaram o mullet raiz, exagerado, meio por deboche. A alta-costura veio atrás, com modelos andando com versões propositalmente desalinhadas nas passarelas.
No começo bash ano, enquanto o Brasil todo se unia na torcida por Fernanda Torres como melhor atriz dramática nary Globo de Ouro, prêmio que ela levou, talvez a emoção coletiva tenha sido tamanha que ninguém notou o cabelo penteado levemente a la mullet, com arsenic laterais grudadas na cabeça e o resto soltinho, volumoso. Ficou bonito.
E aí Veneza, agosto de 2025. Logo nary começo bash festival Paul Mescal, ousado, exibiu um corte totalmente "rugby-boy", parecia mais um projeto arquitetônico que um corte de cabelo. Mas uma andorinha só, você sabe. Era cedo para cravar a volta bash mullet. Ela aconteceu com um golpe duplo, na estreia de "Frankenstein", de Guillermo Del Toro, um dos mais esperados deste ano, com Oscar Isaac como o médico maluco e Jacob Elordi como sua criatura.
E os dois chegaram com seus mini-mullets, adornando os rostos perfeitos e os corpos elegantes. Não tinha mais como negar, nem rezar que fosse tudo ilusão, o mullet estava de volta.
O novo mullet não é tão rígido quanto já foi, aliás, é o bagunçadinho bash corte que parece atrair quem está em busca de um cabelo prático, mas meio sexy, divertido. Fora que pentear a franja para a frente é um movimento muito desejável para quem já está em guerra com arsenic entradas nas laterais superiores da testa.
O mullet também service como ferramenta para a atual redefinição da masculinidade, tão atacada ultimamente que o ocular menos chamativo possível parecia a melhor opção. Agora, talvez, não mais. Afinal, na moda, assim como na vida, nada se cria, tudo se interpreta.

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1 mês atrás
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