Na última semana da corrida eleitoral mais tensa e disputada dos EUA, Donald Trump e Kamala Harris estarão concentrados no mesmo objetivo: seduzir o pequeno grupo de eleitores, estimado em 4%, que ainda é passível de ser convencido a bandear para o seu campo, e, ao mesmo tempo, energizar os eleitores a entrar no modo voto, seja presencialmente ou por correio.
Qualquer pequeno deslize nesse período pode se revelar fatal nas urnas. Se a meta é igual — ocupar a Casa Branca nos próximos quatro anos — as estratégias das duas campanhas são distintas para a conquista de indecisos nos sete estados, onde a balança pode pender tanto para o lado democrata como para o republicano.
As pesquisas indicam o empate técnico.
Dessa forma, Trump e Kamala dedicarão boa parte da semana final de campanha em périplos por Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada.
O ex-presidente vem conseguindo reduzir, nas últimas semanas, a diferença nas pesquisas, com ganhos junto aos eleitores latinos e jovens negros.
A contar pelo comício de domingo (27) no Madison Square Garden, Trump deverá intensificar a aposta na retórica anti-imigração, reforçando os planos para a deportação em massa, e nos insultos a Kamala, frequentemente qualificada como burra e incompetente.
Não se espera dele, nesta última semana, mudança de tom ou contenção.
A candidata democrata, por sua vez, procura turbinar o eleitorado feminino, alertando sobre os riscos da proibição do aborto para a saúde da mulher. E tenta atrair os republicanos moderados, insatisfeitos com as atitudes e declarações erráticas do ex-presidente e que não se identificam com o movimento radical MAGA, liderado pelo ex-presidente.
As pesquisas estimam que 9% dos republicanos não votarão nele.
Nos últimos dias, Kamala tem angariado o apoio de figuras importantes no campo adversário para ampliar as acusações de que Trump é desequilibrado e inepto para ocupar a Casa Branca. Nesse grupo estão a ex-congressista Liz Cheney – com quem fez campanha no Michigan – e partidários da ex-candidata Nikki Haley, que concorreu contra Trump nas primárias.
A economia tem se revelado um ponto vulnerável para a vice-presidente, que não conseguiu demarcar distância do governo do impopular presidente Biden, do qual faz parte. A inflação, apesar de reduzida, ainda arrasta a candidata para baixo.
Ali, a candidata democrata deverá reforçar o ponto nevrálgico da sua agenda para atrair os indecisos: o papel de Trump no ataque ao Capitólio e a ameaça que ele representa à democracia americana.
O Sonho Americano: série especial do JN investiga o que motiva os eleitores nos EUA
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