Esta reportagem faz parte da série "O Sonho Americano". A equipe da TV Globo percorre de motorhome seis estados-chave nas eleições presidenciais dos EUA para descobrir o que está impactando os eleitores neste ano. O primeiro capítulo fala sobre democracia.
Antes, os alunos de uma escola na cidade de Hopkins brincavam em um espaço onde o chão era feito de serragem. Isso impedia que estudantes com cadeiras de rodas acessassem o local. Rhys Rilley, de 13 anos, percebeu que alguns colegas estavam excluídos.
Crianças com deficiência não conseguiam brincar em parquinho da escola, nos EUA — Foto: Alex Carvalho/TV Globo
Foi aí que os alunos se juntaram. A professora Betsy Julien conta que as crianças queriam fazer algo para corrigir aquela injustiça. Eles começaram a pesquisar modelos de brinquedos acessíveis. Entretando, apenas um balanço custava US$ 150 mil (R$ 840 mil).
Mesmo com a escola não tendo recursos suficientes, as crianças não desistiram. Elas resolveram montar uma lista de pessoas que poderiam ligar para pedir doações.
"Eu lembro que na lista deles havia pessoas como o presidente e muito ricas e famosas", diz Betsy. "Eu apenas fiquei calada e falei para continuarem."
Os alunos também saíram batendo de porta em porta na vizinhança para pedir ajuda. Aos poucos, as crianças transformaram "nãos" em "sim". Até que, um dia, a escola recebeu uma doação anônima de US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão).
"Eles se levantaram e começaram a dançar, a gritar! Mas eu acho que o que os inspirou a continuar foi que eles entenderam que a voz de cada um importa", lembra a professora.
A partir daí, as doações explodiram, e a escola finalmente conseguiu montar um parquinho para que todos os alunos possam brincar juntos.
Kelly Becker, mãe de um dos alunos com deficiência, acredita que a campanha deu certo por causa da paixão das crianças pela escola e pelos amigos.
Escola construiu parquinho acessível após alunos arrecadarem doações, nos EUA — Foto: Alex Carvalho/TV Globo
Em ano eleitoral, como 2024, até mesmo o concurso de arte feito com sementes na Feira Estadual de Minnesota se insere na discussão política: Kamala ou Trump? Também exista uma barraca com uma placa: "Nunca Walz!".
Walz é o sobrenome de Tim Walz. Ele é o atual governador de Minnesota e concorre como vice-presidente na chapa democrata encabeçada por Kamala Harris.
O estado governado por Walz tem tendência democrata, o que pode garantir para Kamala 10 dos 270 delegados necessários para vencer o pleito.
Enquanto isso, na Feira Estadual, os visitantes expressam críticas ao governador. "Ele não é da minha inclinação política. Eu acho que é muito importante o direito de você manifestar sua opinião sem ter medo de repressão", afirma um deles.
Outro acrescenta: "Democracia é deixarem a gente votar em quem quiser. Se você quiser votar na Kamala e no Tim Walz, o problema é seu, mas você é burro".
Apesar dos desafios recentes com a polarização política, a democracia americana é uma das mais antigas do mundo contemporâneo, e seu espírito resiste no Minnesota. A mais recente revolta do país, por exemplo, começou no estado.
Em 2020, manifestantes foram às ruas protestar contra o assassinato de George Floyd por um policial em Mineápolis, a maior cidade de Minnesota. A ação iniciada no estado deu início ao movimento nacional "Black Lives Matter".
Roleta com críticas ao governador Tim Walz, em feita no Minnesota — Foto: Alex Carvalho/TV Globo
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