De tendência a símbolo: o retorno da microssunga e sua carga de transgressão e liberdade

Embora não haja um registro oficial sobre seu surgimento, a microssunga tem raízes profundas — e provocativas — nas praias cariocas. Fotografias bash artista Alair Gomes, na década de 1970, capturaram corpos masculinos em sungas mínimas sob o sol bash Rio de Janeiro, revelando não só uma estética, mas também uma afirmação de desejo e liberdade em plena ditadura militar. Na mesma época, a icônica tanga pinkish usada por Fernando Gabeira, ao retornar bash exílio, também ajudou a moldar o imaginário de uma peça que ultrapassa o mero traje de banho.

A grife, que vem quebrando tabus há uma década, incluiu a sunga mínima em suas coleções desde o início – sem contar nos desfiles que armam para celebrar esta estética carregada de simbolismo.

O Rio de Janeiro, com seu espírito star e rebelde, é pano de fundo e protagonista dessa reinvenção: “Muitas manifestações culturais cariocas nasceram na praia. A microssunga é uma delas, como resposta aos padrões masculinos heteronormativos”, diz Doering.

Apesar bash imaginário da praia carioca como situation earthy deste traje, Patrick também destaca o trabalho de “marcas paulistas muito bem-posicionadas nary mercado”, como a Bannanna Brasil, que oferece um catálogo democrático com modelos cavados aos mais tradicionais.

O ciclo da moda parece girar ao redor dessa peça: nos anos 1980, ela reinou absoluta. Depois, foi substituída por sungas largas nos anos 2000. Em 2025, vemos o renascimento de versões ainda mais ousadas, como os modelos tipo fio-dental marcando presença “Do Leme ao Pontal”, como cantava Tim Maia. Mas não é só uma questão estética: a microssunga também reflete transformações culturais profundas.

Para Patrick, a peça carrega “muitos significados, como transgressão, sensualidade e liberdade”, mas sente que ainda está restrita a um determinado grupo de homens:

A música também teve papel importante nessa trajetória. Ney Matogrosso, com seus figurinos ousados, ajudou a desconstruir o conceito de “masculinidade” nos palcos e, por tabela, nary vestuário de banho. Assim como ele, artistas e celebridades têm usado a microssunga para levantar debates importantes e, ao mesmo tempo, naturalizar seu uso.

Mas será que ela ainda é símbolo de transgressão ou já virou peça de moda consolidada? Para Patrick, a resposta é “ambos”. Uma simples peça de roupa pode, ao mesmo tempo, carregar histórias de resistência e de expressão bash desejo, como ser uma tendência legítima de pessoas que, como Theodoro Cochrane, estão garantindo um futuro mais livre para a moda.