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Divergências entre Agapan e Sema marcam debate sobre Código Ambiental

Alterações feitas no Código Estadual do Meio Ambiente continuam sendo motivos de discussão entre os integrantes da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Recentemente, reunião realizada por representantes dos dois grupos acabou sem avanços e ficou acordado entre as partes que mais informações sobre divergências apresentadas pela Agapan sobre alterações no código seriam encaminhadas, por escrito, pela pasta do governo estadual à ONG ambientalista, o que deve ocorrer até o final deste mês.

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Alterações feitas no Código Estadual do Meio Ambiente continuam sendo motivos de discussão entre os integrantes da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). Recentemente, reunião realizada por representantes dos dois grupos acabou sem avanços e ficou acordado entre as partes que mais informações sobre divergências apresentadas pela Agapan sobre alterações no código seriam encaminhadas, por escrito, pela pasta do governo estadual à ONG ambientalista, o que deve ocorrer até o final deste mês.

O presidente da Agapan, Heverton Lacerda, recorda que o Código Estadual do Meio Ambiente foi criado no começo dos anos 2000, após muitas discussões entre representantes da sociedade gaúcha. Segundo ele, esse documento trazia segurança jurídica. "Que para o empreendedor é saber que seguindo determinadas normas, ele não sofrerá um processo judicial", enfatiza o dirigente.

No entanto, um novo Código Estadual do Meio Ambiente foi sancionado pelo governador Eduardo Leite, em 2020, o que Lacerda considera que foi feito "a toque de caixa". "Esse (novo código) não é um projeto de consenso e tem muitos problemas, que trazem retrocesso pelas mudanças feitas", afirma o presidente da Agapan.

Um dos retrocessos, de acordo com ele, foi a implantação da Licença Ambiental por Compromisso (LAC). Para Lacerda, esse instrumento se constitui em um autolicenciamento. "O próprio empreendedor chega lá e diz que está tudo bem e que vai trabalhar com determinado setor, produto e área", assinala. O dirigente salienta que há empresários sensíveis à pauta ambiental e que querem seguir os procedimentos corretos, mas outros não.

Ele propõe a reabertura do debate sobre o código com ambientalistas e membros de universidades e com o foco na preservação do meio ambiente. Já a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, afirma que a construção do novo código teve como objetivo a modernização e o ganho na qualidade ambiental.

Marjorie enfatiza ainda que o documento é uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa gaúcha. Já sobre a LAC, a secretária defende o emprego da ferramenta. "Na verdade, de novo repetem um conceito e um entendimento equivocado desse tipo de licenciamento, porque reforçamos que é um licenciamento ainda expedido pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que não é dado apenas pela declaração do ente que o faz. Há uma análise e também uma ponderação do tipo de atividade e existem fiscalizações e obrigações que são recorrentes", aponta.

Além disso, ela cita que o licenciamento ambiental por compromisso ocorre para um número reduzido de atividades, que não incidem em áreas de preservação permanente, em supressão de vegetação ou sujeitas à Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). "Então, todo o critério que oferecesse algum risco ambiental foi excluído das questões da LAC", frisa Marjorie. A secretária ressalta que a posição do governo do Estado é focar no que de fato gera maior impacto e degradação irreversível ao meio ambiente.

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