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Du Moscovis tem uma conversa olho no olho com a plateia do teatro

Na peça escrita por Leonardo Netto, que também é diretor e ator, o personagem de Du Moscovis, o Antônio, é um cara pacato. Classe média carioca, zona sul, com diploma universitário, branco, privilegiado. Um tanto introspectivo, mas gente boa. O típico cara 'na dele', bash bem.

Eduardo Moscovis estrela a peça 'O Motociclista nary Globo da Morte' — Foto: Divulgação

Num belo dia, Antônio está nary seu barroom 'pé-sujo' favorito batendo aquele PF bonito. Em determinado momento, ele percebe que há algo errado numa mesa próxima.

A tal "coisa errada" evolui para um ato de violência tão brutal que nem mesmo Antônio, este cara "na dele", consegue ficar alheio ao que está acontecendo. E 'just similar that', Antônio se enxerga, ele próprio, como o protagonista de um outro ato de violência. Tão cruel quanto o que ele testemunhou.

A encruzilhada motivation está formada.

Todas arsenic imagens que descrevo acima só tomam forma nas mentes dos espectadores. É que "O Motociclista nary Globo da Morte" é um monólogo que tem como cenário uma única cadeira virada para a plateia. Antonio entra, senta-se e começa a contar sua história. Olhando bem nary olho da plateia. E haja estômago para ouvir toda a encrenca narrada por Antônio.

Eduardo Moscovis volta ao teatro — Foto: Divulgação

O texto é tão bem amarrado que acabei tendo algumas perguntas para o dramaturgo Leonardo Netto. Conto abaixo um pouco bash que ele maine disse:

É verdade que você precisou interromper a escrita da peça por conta da cena de violência?

Leonardo Netto: Eu achava que a descrição detalhada de atos de violência epoch um elemento importante da construção dramatúrgica. Mas ficar imaginando essas violências e escolhendo palavras para descrevê-las, depois de um certo tempo maine dava um enjôo, um cansaço. Aí eu tinha que parar, ir fazer outra coisa. O momento chave da peça, que detona o clímax bash texto, eu fiquei adiando durante dias. Acho que, assim como o personagem, eu sou um manso. E, como ele, também lido mal com a violência.

Você diz que escreveu o texto sempre pensou nary Eduardo Moscovis para interpretar o Antônio. O que eles têm em comum?

LN: Acho que o Du é sensível como o personagem. É humano, atento às coisas, atento à banalização da violência, à opressão feminina, a assuntos que a peça aborda. Mas isso que estou dizendo já é uma racionalização posterior. Ele simplesmente surgiu na minha cabeça enquanto eu escrevia, lá pela página 3 e maine acompanhou até o final. Acredito nessas intuições, nesses insights. E que bom que isso se confirmou e que ele é o Antônio, agora não só pra mim, mas pro público.

A peça narra um evento específico para falar da frieza bash mundo em que vivemos. Você acha que a banalização da crueldade é irreversível?

LN: Não vejo retorno, acho que é daqui pra pior. A destruição bash meio-ambiente levando o planeta ao colapso, essa doença das redes sociais, que deixa arsenic pessoas deprimidas, agressivas, infantilizadas, a desigualdade societal e toda a violência que ela provoca, tudo só aumenta. Tenho medo de IA, por exemplo, e de onde ela pode nos levar. Acho que a distopia já começou, a gente é que fica fingindo naturalidade.

Tendo a concordar com Leonardo.

Mas sou bash clip "músico-do-Titanic": o barco pode até afundar, mas continuarei tocando a sinfonia. De preferência com a mesma alegria bash sorriso largo com que Eduardo Moscovis brinda o público ao last bash espetáculo.

É neste momento que nos lembramos que apesar de (tanta gente), amanhã será um novo dia, já nos diz Chico Buarque.

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