Depois, ele parou de lidar com tecnologia e, todo mês, ela mostrava a ele o que havia sido gasto, com o que e quanto tinha em conta. Ele anotava tudo em uma planilha impressa para o próprio controle. Com o avanço do Alzheimer, Lopes foi se lembrando cada vez menos do que precisava fazer. Este ano, deixou de lidar com as contas totalmente. "Ele só aceitou", diz Camila.
Na família de Ribeiro, a estratégia foi substituir as notas de R$ 50 ou R$ 100 que ele carregava no bolso por algumas de R$ 5 ou R$ 10. Quando percebeu que algo estava errado, ele confiou à neta o local onde guardava o dinheiro e a senha do cartão.
"É algo que me toca bastante, porque ele era bem relutante quanto a isso", diz Jennyfer, cujo avô morreu em 2022.
Como a doença varia de uma pessoa para outra, não há um marco que determine quando é hora de afastá-la do controle financeiro. Isso depende de outros fatores, como escolaridade, o quanto a pessoa se cuidou ao longo da vida ou se tem doenças associadas.
Cominetti diz que o mais importante é, na medida do possível, manter a pessoa ativa, fazendo o que estava acostumada. "Talvez ela não consiga cuidar das finanças sozinha, mas, se ia ao banco, alguém pode auxiliar no pagamento das contas junto."
Barbosa lembra que não é tão fácil impedir a pessoa de lidar com o próprio dinheiro. "Para fazer isso, demanda processo judicial e orientamos o familiar nesse aspecto." Além disso, afastá-la completamente pode ser pior.
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