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Amorim discursou em uma conferência em Paris coordenada pelo presidente da França, Emmanuel Macron – e citou palavras de Lula sobre inocentes não pagarem pela insanidade da guerra.
O ex-chanceler representa o Brasil na Conferência Humanitária Internacional pela População de Gaza. O encontro reúne cerca de 40 países envolvidos em ações humanitárias na região atingida pelo conflito entre Israel e o Hamas: Estados, doadores, organizações internacionais e ONGs.
Amorim voltou a dizer que reitera a condenação dos Brasil aos ataques terroristas contra o povo israelense e a tomada de reféns, sem citar o grupo terrorista Hamas. E ponderou que os atos bárbaros também não justificam o uso de uma força “indiscriminada contra civis” por parte de Israel.
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No discurso, Celso Amorim lembrou que a guerra entre o Hamas e Israel faz parte de um conflito maior, de 75 anos, “cuja raiz é a ausência de um lar seguro para o povo palestino”.
E defendeu que a única solução é justamente o “reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível”.
O ex-chanceler disse que o Brasil pede uma nova conferência diplomática pelo processo de paz israelo-palestino, nos moldes do encontro feito em 2007 em Annapolis (EUA), quando delegações de 50 países participaram das conversas por uma solução política entre Israel e Palestina.
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Leia abaixo a íntegra do discurso lido por Celso Amorim na conferência:
Gostaria de agradecer ao Presidente Macron por convocar esta reunião.
Nas palavras do Presidente Lula, " inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra ".
Enquanto faço este discurso, continuamos aguardando ansiosos a saída dos brasileiros de Gaza.
A ação internacional em favor da população civil de Gaza é urgente.
O Brasil está contribuindo nas áreas de segurança alimentar e saneamento de água em Gaza.
Tendo fornecido à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) um total de US$ 20 milhões entre 2006 e 2016, estamos determinados a retomar nosso compromisso com a agência.
Uma contribuição financeira simbólica à UNRWA está sendo feita imediatamente. Uma contribuição mais substancial está sendo preparada e será anunciada em breve.
Um cessar-fogo humanitário é essencial.
Passagens seguras e desimpedidas para a entrada de ajuda humanitária em benefício de hospitais, escolas e creches devem ser respeitadas.
A saída dos feridos deve ser garantida.
É profundamente perturbador que quase cem membros da equipe da ONU tenham perdido a vida em Gaza.
Reitero a condenação do Brasil aos ataques terroristas contra o povo israelense e a tomada de reféns.
No entanto, tais atos bárbaros não justificam o uso de força indiscriminada contra civis.
A morte de milhares de crianças é chocante. A palavra genocídio inevitavelmente vem à mente.
Isso não é apenas uma guerra entre o Hamas e Israel. Isso faz parte de um conflito maior, de 75 anos, cuja raiz é a ausência de um lar seguro para o povo palestino.
O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível.
Esta crise é provavelmente um dos desafios mais perigosos para a paz e segurança internacionais, com o maior potencial de se espalhar para um conflito global.
O Brasil considera que uma conferência diplomática onde uma solução política possa ser promovida, com a participação de um grande número de Estados, nos moldes da Conferência de Anápolis, é indispensável.
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