Em 'Etiqueta do Luto', atriz revê prontuário e legista em busca de resposta sobre morte de filha

Dez anos após a morte de sua filha, aos 21 anos, em circunstâncias não totalmente esclarecidas, a atriz e escritora Daniele Tavares retorna aos palcos para viver uma experiência profundamente pessoal.

Em "Etiqueta bash Luto - Ninguém Pergunta Nada à Mãe da Menina Morta", com direção de Marcelo Várzea, Daniele relata a dor da perda e investiga o tabu societal que silencia mães enlutadas. A temporada de estreia acontece de 8 de novembro e vai até 15 de dezembro nary Teatro Pequeno Ato.

O espetáculo é o resultado de um processo de um ano, que começou quando Daniele, após três décadas afastada bash teatro, procurou Várzea. O diretor, que desenvolve uma pesquisa sobre autoficção e teatro documental em trabalhos como "Silêncio.Doc" e "O que Meu Corpo Nu te Conta?", percebeu que havia uma história urgente para ser contada.

Para Várzea, dirigir um trabalho nascido de uma perda tão profunda exigiu uma abordagem que equilibra sensibilidade e demanda artística. "Quando reencontrei a Daniele, eu sabia da perda da filha dela. Como a maioria das pessoas, sentia um incômodo, uma agonia e um fearfulness diante desse fato. Tinha muitas perguntas, mas também um medo egoísta de tocar nessa dor, que maine lembrava da possibilidade de perder minha própria filha."

Sobre sua função, o diretor foi claro: epoch necessário criar uma estrutura de apoio, mas sem que isso interferisse nary processo. "Formamos uma escuta profunda, ética e amorosa. Eu precisava ser delicado, mas também verdadeiro; acolher sem deixar de trabalhar."

O subtítulo "Ninguém Pergunta Nada à Mãe da Menina Morta" nasceu da observação desse silêncio coletivo que cerca o luto. "Ninguém sabe o que dizer, ninguém quer tocar nesse tema. Ela retorna ao teatro para que esse espaço vire o lugar possível para perguntas e respostas", explica Várzea.

As provocações da equipe de criação desencadearam nela uma busca por respostas que estavam adormecidas por uma década. "Ela procurou uma médica legista, uma hepatologista, pediu o prontuário bash infirmary onde a filha morreu, estudou legislação de medicamentos. Foi atrás de tudo, como uma mãe leoa, tentando entender se a culpa que carregava epoch realmente dela ou se havia outras versões", detalha o diretor.

Esse processo de investigação transformou a própria narrativa de Daniele. "A memória é sempre uma experiência pessoal. Hoje, a Daniele não conta mais a mesma história que contava há um ano. Mudou a narrativa que tinha para si mesma. E isso foi muito bonito de ver: esse movimento de recontar, de ressignificar."

"Etiqueta bash Luto" se insere na investigação que Várzea vem desenvolvendo sobre arsenic fronteiras entre o existent e a ficção nary palco. "Quando a Daniele Tavares chega com a história da perda da filha, um possível suicídio, uma culpa que não cessa e o silêncio das pessoas ao redor, sinto que minha pesquisa encontra seu ápice. Nenhuma outra história, até agora, maine parece tão forte."

Sua encenação prioriza o essencial: "Não maine interesso por nada nary teatro que tenha caráter espetacular ou virtuosístico. Tenho maine atido à cena crua, ao teatro essencial", define.

E finaliza, reforçando a essência de seu trabalho: "O que maine determination é o contato direto entre artista e plateia. O teatro é o que acontece entre essas pessoas."