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Esqueça o DeepSeek: as estrelas na China são os dragões e tigres da IA

Com províncias que poderiam facilmente conter a população de continentes inteiros, a China abriga um mercado de tecnologia muito maior do que o noticiado pela mídia internacional, explica In Hsieh, consultor de negócios Brasil-China e fundador do Chinnovation, a Deu Tilt, o podcast do UOL para humanos por trás das máquinas.

In Hsieh foi um dos responsáveis por trazer a Xiaomi ao Brasil na primeira passagem da marca de celulares pelo país. Ele também promove imersões de empresários brasileiros interessados em fazer negócios com a China.

Quando a gente olha para o mercado chinês, estamos falando talvez de 20, 30 ou mais empresas no mínimo que estão fazendo uma coisa relevante no mercado [de inteligência artificial]
In Hsieh, consultor de negócios Brasil-China

Os ditos "dragões" vieram primeiro e estão focados em tecnologia de reconhecimento facial, imagem e vídeo:

  • Megvii,
  • Sensetime,
  • Yitu,
  • Cloudwalk.

Já os "tigres" fazem parte de uma nova leva e se debruçam em modelos de linguagem:

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  • Baichuan,
  • Zhipu AI,
  • Moonshot AI,
  • MiniMax.

Há males que vêm para bem

Mostrando que é possível fazer dos limões uma limonada, muitas empresas precisaram ser criativas para avançar no próprio desenvolvimento, conta Hsieh.

Antes era uma tese, mas agora ficou bem claro que a restrição de importação dos chips e vendas para empresas chinesas poderia ser um tiro no pé [dos Estados Unidos], e a DeepSeek mostra isso
In Hsieh

O caso do país, afirma o consultor, não é falta de dinheiro. Pelo contrário, ele avalia que ter tido certas restrições pode ser benéfico, pois o modelo de empreendedorismo baseado em capital de risco pode levar a uma postura preguiçosa.

Essa mentalidade de abundância, que se proliferou nos últimos anos, muitas vezes joga contra. A restrição sempre foi a mãe das invenções
In Hsieh

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'Nem Amazon faz isso': como Big Tech chinesas incomodam governo da China

Produtos chineses deixaram de ser bugigangas de qualidade duvidosa para virar alguns dos mais sofisticados do mundo. As responsáveis por essa revolução são empresas de tecnologia com uma atuação tão ampla a ponto de possuir mais poder do que o Partido Comunista gostaria. É o caso do Alibaba, dono de uma das maiores lojas de comércio digital do mundo, do maior meio de pagamento chinês e de uma grande plataforma de computação em nuvem.

O governo vem tomando algumas ações já há muito tempo, e ele é forte e proativo o suficiente para fazer isso. Existe um controle maior sobre esse grandes oligopólios ou até monopólios
In Hsieh

Por algum tempo, a sigla BAT, que corresponde às iniciais de Baidu, Alibaba e Tencent -três das maiores empresas chinesas de tecnologia— representou uma grande fatia do mercado. Isso levou o governo a contestar e querer dividir essas empresas, explicou In Hsieh.

'Existem regras do jogo': como é construir um negócio sob a censura da China?

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Para criar um negócio da China, é preciso dançar conforme a música. A internet no país é o projeto de censura mais bem acabado do mundo: o Partido Comunista chinês decide o que se pode falar, como, com que tom e com qual frequência.

Estar sujeito a essas regras, porém, depende do setor em que a empresa está inserida.

As companhias de setores estratégicos como telecomunicações e internet, como as de redes sociais, são acompanhadas de perto pela presença do governo, conta In Hsieh, consultor de negócios Brasil-China e fundador do Chinnovation.

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.

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