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Exército israelense diz que evacuação em Rafah faz parte de futura 'operação terrestre' e confirma bombardeios na região

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As Forças de Defesa de Israel (IDF, em inglês) pediram nesta segunda-feira (6) que palestinos comecem a deixar Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, onde pretende fazer uma incursão por terra. A evacuação dos refugiados faz parte da "preparação para uma operação terrestre na região", disse o porta-voz da IDF, Daniel Hagari.

Hagari também informou que o Exército israelense iniciou os bombardeios em Rafah nesta segunda, com ataques em mais de 50 alvos terroristas na cidade, que faz fronteira com o Egito e é considerada o último refúgio para mais de 1 milhão de palestinos de toda a Faixa de Gaza que saíram de suas casas por conta da guerra.

Os bombardeios israelenses em Rafah desta segunda deixaram 22 mortos, incluindo crianças e dois bebês, segundo a agência Associated Press.

Mesmo em meio a negociações de cessar-fogo na guerra, o gabinete de guerra de Israel aprovou de forma unânime, nesta segunda, a continuação dos preparativos para a operação militar em Rafah, que deve acontecer em breve.

"Pedimos aos habitantes [de Rafah] que evacuem as áreas que designamos", disse Daniel Hagari ao confirmar os preparativos para a operação terrestre e os bombardeios no local.

Em comunicado na madrugada de segunda, Israel pediu que os moradores deixem a região leste de Rafah com destino às cidades vizinhas de Al-Mawasi e Khan Younis, também na Faixa de Gaza, onde Israel disse ter criado uma zona humanitária com hospitais de campanha, tendas, alimentos e água.

Segundo as Forças de Defesa de Israel, a evacuação solicitada tem “escopo limitado”, com previsão de que 100 mil pessoas localizadas no leste de Rafah saiam da região.

Imagem Planet Labs PBC via AP Imagem Planet Labs PBC via AP

Veja impacto do deslocamento da população da Faixa de Gaza para a cidade de Rafah, no Egito. A imagem da esquerda é de outubro de 2023 e a da direita é de janeiro de 2024. — Foto 1: Planet Labs PBC via AP — Foto 2: Planet Labs PBC via AP

Segundo o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, a ação militar no local é necessária devido à recusa do Hamas em libertar reféns como parte das propostas para um cessar-fogo em Gaza.

O rei Abdullah II, da Jordânia, disse ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em encontro nesta segunda (6) que uma operação israelense em Rafah pode causar um "novo massacre" na guerra na Faixa de Gaza.

Infográfico mostra limites entre Faixa de Gaza, Rafah, Israel e Egito. — Foto: Editoria de arte/g1

A cidade faz fronteira com o Egito, mas os palestinos são proibidos de cruzar o controle fronteiriço.

"A ideia de que a gente pare a guerra antes de alcançar todos os nosso objetivos está fora de questão. Nós entraremos em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas que estão lá -- com ou sem acordo, para alcançar uma vitória completa", escreveu o premiê em suas redes sociais.

Palestinos procuram vítimas sob os escombros de uma casa destruída em um ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 6 de maio de 2024. — Foto: REUTERS/Mohammed Salem

A proposta inclui um cessar-fogo em troca da devolução dos cerca de 130 reféns ainda sob poder do Hamas. No entanto, as duas partes ainda discordam sobre a pausa nos bombardeios: o Hamas quer um cessar-fogo permanente que leve ao fim gradual da guerra, enquanto Israel aceita apenas uma trégua temporária nos ataques.

Nesta terça, o comissário-geral da Agência da ONU para os Refugiados (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, disse achar que, caso não haja um acordo ainda nesta semana, a entrada em Rafah pode ocorrer nos próximos dias.

"As pessoas ainda não foram retiradas de Rafah, mas há uma sensação de que, se não houver acordo, isso pode acontecer em qualquer momento", declarou Lazzarini.

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