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Família cobra ajuda por notícias de cineasta brasileiro que estava em flotilha rumo a Gaza e sumiu: 'Cada minuto uma tortura'

A família dele denuncia o desaparecimento como um sequestro e cobra ação imediata do governo brasileiro, que acompanha o caso por meio do Itamaraty.

Miguel estava a bordo do barco Catalina, uma das mais de 40 embarcações que compunham a flotilha, carregando alimentos e remédios para a população palestina sitiada.

Desde o ataque, não houve qualquer comunicação ou registro de vídeo, como previa o protocolo de segurança adotado pelos participantes. A ausência de sinais levou a família a exigir que o desaparecimento seja formalmente reconhecido.

Em nota pública, os familiares de Miguel Viveiros de Castro denunciaram o desaparecimento como um crime e exigiram respostas concretas.

“Miguel não é número, não é abstração. É uma vida, é uma pessoa, é um brasileiro desaparecido em meio a uma operação que ataca não apenas Gaza, mas também aqueles que ousam romper o cerco”, diz o comunicado assinado por Marta Viveiros de Castro e Luiz Rodolfo.

Miguel Viveiros de Castro estava em missão humanitária rumo à Faixa de Gaza, quando a embarcação foi interceptada pelo governo israelense. — Foto: Reprodução redes sociais

A família apresentou três exigências principais:

  • Que o desaparecimento de Miguel seja reconhecido formalmente;
  • Que autoridades brasileiras e internacionais atuem de imediato para esclarecer seu paradeiro;
  • Que a verdade seja estabelecida, sem "subterfúgios linguísticos" como “possivelmente interceptado”.
“A incerteza é devastadora. É uma forma de sofrimento que destrói por dentro, que impede a família de respirar, que torna cada minuto uma tortura”, afirmam os familiares.

Situação da delegação brasileira

A nota da família cita que havia 15 brasileiros que estavam na Flotilla, e que 13 aparecem como sequestrados. "Dois não aparecem — e Miguel é um deles", diz o texto.

Segundo atualização divulgada pela coordenação da missão, 12 brasileiros foram confirmados como sequestrados pelas forças israelenses e levados ao porto de Ashdod, entre eles parlamentares como a deputada Luizianne Lins (PT) e a vereadora Mariana Conti (Psol).

Barco da Global Sumud navega perto da ilhota Koufonisi, na Grécia, em 26 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Stefanos Rapanis

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, afirmou que acompanha com preocupação a detenção dos cidadãos e condenou a ação militar de Israel, classificando-a como uma violação dos direitos humanos e da liberdade de navegação em águas internacionais.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com autoridades israelenses para garantir assistência consular aos detidos. O ministro Mauro Vieira também se reuniu com parlamentares e representantes da sociedade civil para tratar do caso.

Quem é Miguel Viveiros de Castro

Miguel Viveiros de Castro é documentarista e ativista brasileiro, conhecido por seu trabalho em defesa dos direitos humanos e das causas ambientais.

Entre seus projetos está o filme "Mundurukânia, Na Beira da História", que retrata aldeias indígenas na Amazônia.

Miguel também tem histórico de envolvimento em movimentos sociais e políticos, com posicionamento crítico ao governo israelense e às políticas de ocupação na Palestina.

Sua participação na flotilha humanitária foi motivada pela defesa da população palestina e pela denúncia do bloqueio imposto à Faixa de Gaza. Durante a missão, Miguel gravou relatos sobre os riscos envolvidos e a importância da ação humanitária.

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