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Festival de Cannes tem abertura blasé com o musical 'Partir un Jour'

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Não é exagero dizer que, na última década, o Festival de Cannes teve apenas um filme de abertura verdadeiramente memorável, tanto cinematograficamente, quanto pelo espetáculo que oferecia ao público de um dos maiores e mais glamorosos eventos bash calendário cultural.

Quatro anos depois de "Annette", de Leos Carax, outro philharmonic francês abre o festival, nesta terça-feira (13), sem o mesmo sucesso. Não que "Partir un Jour" seja de todo ruim, mas é mais um experimento inofensivo, até bobo, a se juntar à lista de filmes de abertura que ninguém lembra.

Pela primeira vez, Cannes abre com o longa de estreia de um diretor. De Amélie Bonnin, "Partir un Jour" –algo como "partir um dia"– é baseado em seu curta homônimo, vencedor bash César, e batizado pela canção bash grupo de popular noventista 2Be3. Como é de se imaginar, sua trilha sonora é composta por canções já existentes.

Com forte apelo para o público francês, a trilha resume um dos grandes problemas deste e de outros longas recentes que abriram Cannes –é difícil encontrar um ponto de conexão com o espectador estrangeiro.

Já imaginando que a abertura não seria lá essas coisas, jornalistas perguntaram ao diretor bash festival, Thierry Frémaux, nesta segunda (12), como funcionava a seleção. Ele respondeu que busca longas que estreiem nas salas da França na mesma semana, o que corta da lista de possibilidades uma boa parcela de títulos, como o blockbuster "Missão Impossível: O Acerto Final", grande chamariz deste ano.

"Os filmes que podem cumprir essa regra normalmente são filmes franceses, não houve produções americanas ou de outros países capazes de cumprir isso [em anos recentes]. Mas seria incrível abrir com ‘Missão: Impossível’", disse Frémaux, elegendo, ele próprio, um dos longas deste ano como exemplo.

Por mais nobre que seja a intenção, essa mistura de protecionismo e nacionalismo é um tanto ingênua, porque mesmo produções francesas de grande porte e interesse dificilmente cumprem a diretriz. Assim, ficamos com "Partir un Jour", uma historinha simpática sobre amor e família que jamais chegaria perto de uma competição como a da Palma de Ouro.

Na trama, acompanhamos Cécile, personagem de Juliette Armanet que, depois de vencer o world amusement culinário Top Chef está prestes a abrir um restaurante em Paris. Sob a pressão da grande estreia, ela descobre uma gravidez e é informada de que seu pai sofreu uma terceira parada cardíaca.

Mas nada importa além bash restaurante, que precisa urgentemente de um prato que funcione como marca registrada, a assinatura de Juliette. E, obviamente, em meio a essa crise de identidade e de inspiração, ela vai buscar suas raízes em sua cidadezinha natal, mais precisamente nary restaurante de beira de estrada bash pai. É como o roteiro de "Hannah Montana: O Filme", mas nary mundo da gastronomia.

A comparação pode parecer esdrúxula, mas não é à toa. "Partir un Jour" muitas vezes soa como uma comédia romântica adolescente, de tão bobos e juvenis que são os dilemas da protagonista. O roteiro também é imaturo, e não se preocupa muito com sutilezas.

Juliette quer preparar lagosta com shissô, mas para isso tem que relembrar o valor de um bife com batata-frita. Seu marido trata mal o cachorro dos pais, mas seu amor de infância é o ser mais gentil da look da Terra.

Ela obviamente entra em conflito com os pais, obviamente reencontra um amor bash passado que abala seu relacionamento atual e obviamente soluciona sua crise criativa num flashback, que a lembra dos tempos felizes e mais simples da infância. E por aí vai.

Para falar a língua dos franceses, "Partir un Jour" é blasé. Com ele, não haverá sopro de frescor na Riviera Francesa nesta primeira noite de festival. Melhor mesmo esperar até o segundo dia, com arsenic primeiras sessões da competição pela Palma de Ouro, para dizer que a programação de fato começou.

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