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Fora do Brasil, 'pai do Pix' sente falta de duas coisas: 'Pix e churrasco'

O próximo grande passo é o Pix parcelado, modalidade que permitirá dividir valores de forma prática e digital.

Quando o assunto é crédito, porém, a cautela é maior. Brandt lembra que o Pix foi concebido como um ecossistema de pagamentos, e não como uma plataforma de empréstimos. Por isso, a prioridade é apoiar apenas inovações que tragam segurança e que façam sentido para a operação como um todo.

O foco atual do Banco Central está em fortalecer o ecossistema existente, para que futuras integrações com carteiras digitais e outros serviços ocorram de forma sólida. O objetivo é consolidar a base tecnológica e regulatória antes de abrir espaço para novas funcionalidades.

Todas as inovações interessantes e seguras, que se revertam em benefícios para a população, serão suportadas pelo ecossistema do Pix.
Carlos Brandt

Além de transformar o dia a dia dos brasileiros, o Pix já é visto como um produto de exportação nacional. Países de diferentes regiões observam de perto a experiência brasileira, embora os desafios para transformar a ferramenta em um sistema de pagamentos internacionais ainda sejam grandes.

Por isso, apesar de já estar disponível ocasionalmente em outros países, o 'pai do pix', agora trabalhando para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e morando nos Estados Unidos declara: "Vivendo fora, sinto saudades do churrasco e do Pix".

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Pix já é aceito fora do Brasil e integração internacional está nos planos, diz 'pai do Pix'

O Pix mostrou que era possível tornar os serviços financeiros mais rápidos e acessíveis. A partir dele, o Banco Central começou a explorar sinergias com outros sistemas, como o open finance, o que permitiu criar funcionalidades como o Pix por aproximação. O impacto dessa tecnologia 100% brasileira foi além das fronteiras. E hoje já é possível realizar alguns pagamentos via Pix em países como Argentina, Chile e Portugal.

Carlos Eduardo Brant, o Pai do Pix, conta que até o nome da operação foi escolhido por ser curto e facilmente entendido em outros idiomas, sobretudo o inglês. Ainda não há um sistema tão amplamente adotado no mundo como o Pix, mas é possível encontrar semelhanças com o UPI, desenvolvido na Índia. Ambos oferecem tecnologias como QR Code e chaves de identificação, mas a diferença está no contexto: enquanto o Pix alcançou 90% da população adulta brasileira, na Índia a taxa de adoção é de cerca de 50%.

Segundo Brandt, o sucesso do Pix despertou o interesse de outros países, mas não existe uma fórmula que possa ser simplesmente replicada. Ele reforça que cada local tem suas necessidades, e ouvir as demandas da população antes de criar o produto foi uma das chaves para a adoção em massa do Pix.

Pai do Pix: "Tivemos de convencer os bancos dos benefícios do Pix"

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Para as empresas, a base de pagadores também cresceu: enquanto 100 milhões tinham acesso ao cartão de crédito, hoje 170 milhões usam o Pix. Isso gerou um círculo virtuoso de consumo e receita. Nem a Covid-19 foi capaz de interromper o cronograma ousado de lançamento desse queridinho dos brasileiros, que previa apenas um ano para tirar o ecossistema do papel. Marcado para ir ao ar em novembro de 2020, a data foi cumprida sem atrasos.

Para Carlos Eduardo Brandt, a pandemia trouxe mais pressão, mas também mais comprometimento. E o resultado foi um dos maiores marcos do sistema financeiro no Brasil.

'Pai do Pix' revela a maratona para o BC criar o Pix em plena pandemia

O Pix nasceu para simplificar a vida de quem movimenta dinheiro no Brasil. Em entrevista ao Deu Tilt, o podcast do UOL para os humanos por trás das máquinas, o economista Carlos Brandt, também conhecido como "pai do Pix", explicou que reduzir os custos das operações bancárias, atender à demanda por inclusão financeira e acompanhar a necessidade de digitalização do setor estavam entre os objetivos iniciais da equipe responsável pela criação da tecnologia mais amada pelos brasileiros.

Mas essas definições não saíram apenas das ideias dos colaboradores do Banco Central. Elas estavam ancoradas em necessidades reais da população que, segundo Brandt, continuam mostrando quais são os caminhos e prioridades que o Pix deve seguir no futuro.

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Ficou claro, a partir desse estudo, que havia algumas fricções, como o custo expressivo para a realização de pagamentos e a necessidade de um instrumento que pudesse suportar melhor as transações.
Carlos Brandt

DEU TILT

Toda semana, Diogo Cortiz e Helton Simões Gomes conversam sobre as tecnologias que movimentam os humanos por trás das máquinas. O programa é publicado às terças-feiras no YouTube do UOL e nas plataformas de áudio. Assista ao episódio da semana completo.

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