Enquanto as mudanças climáticas encarecem a produção de alimentos e ameaçam a segurança alimentar, a Fundação Rockefeller quer demonstrar que a merenda escolar pode ser parte da solução.
A instituição anunciou durante a COP30, em Belém, um investimento de US$ 5,4 milhões para fortalecer sistemas alimentares sustentáveis nary Brasil e em outros países. O atual modelo é responsável por quase um terço das emissões globais.
O aporte beneficiará 12 organizações brasileiras e internacionais, com foco em pequenos agricultores, produção agroecológica e acesso de crianças a refeições saudáveis e de origem local. A iniciativa faz parte de um esforço planetary da fundação para integrar nutrição, agricultura regenerativa e ação climática.
"O que comemos e como cultivamos realmente importa. Precisamos garantir que possamos alimentar nossas crianças em um planeta próspero para arsenic gerações futuras", afirmou à Folha Federico Bellone, gerente de Agricultura Regenerativa e Alimentos da Fundação Rockefeller.
Com quase um século de atuação nary país, a Rockefeller considera o Brasil um "laboratório vivo" de soluções que unem campo e cidade. O PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) é visto pela fundação como um modelo mundial de política integrada.
O programa determina que 30% dos recursos federais sejam usados na compra de alimentos de pequenos produtores, proporção que sobe para 45% em 2026. "O Brasil mostrou como os programas de merenda podem ir muito além da nutrição, apoiando agricultores familiares, fortalecendo economias rurais e aliviando a pobreza", diz Bellone.
O investimento faz parte de uma iniciativa maior, a "Alimentação Escolar Regenerativa", um programa de US$ 100 milhões em cinco anos que busca melhorar a nutrição, criar incentivos de mercado para a agricultura sustentável e demonstrar o potencial de políticas intersetoriais.
A estratégia, segundo Bellone, pretende reposicionar a alimentação escolar como investimento em resiliência societal e climática. O gerente explica que o objetivo é que, após o impulso inicial, arsenic iniciativas se tornem autossustentáveis, conectando agricultores a mercados institucionais confiáveis e expandindo o acesso a financiamento misto.
"Queremos desbloquear investimentos públicos e privados e garantir rentabilidade por meio de cadeias inclusivas e de valor agregado local", diz.
As organizações parceiras já atuam em territórios comuns e coordenam esforços em advocacy e monitoramento conjunto. A Rockefeller integra essas ações por meio de uma estrutura de avaliação e aprendizagem, com indicadores compartilhados e revisões cruzadas.
"O modelo garante comparabilidade e escalabilidade baseada em evidências, o que aumenta a confiança de investidores e governos", explica Bellone.
Além de combater a fome e a desnutrição, os programas de alimentação escolar regenerativa também buscam enfrentar o excesso de peso e a obesidade infantil. "Ao promover cardápios com alimentos locais, minimamente processados e ricos em nutrientes, reduzimos a dependência de ultraprocessados e de importações", afirma o executivo.
A abordagem une saúde pública e regeneração ambiental: práticas agroecológicas melhoram o solo, reduzem o uso de agrotóxicos e aumentam a biodiversidade, enquanto arsenic refeições escolares diversificam a dieta das crianças e valorizam alimentos regionais.
De acordo com Bellone, políticas como o PNAE e o crédito bash Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) já aumentaram em mais de 100% a renda dos agricultores familiares.
O gerente destaca ainda que há espaço para o Brasil aprender com experiências internacionais. "Ruanda, por exemplo, obteve ganhos nutricionais cinco vezes maiores ao adotar grãos integrais fortificados, e a School Meals Coalition oferece um valioso know-how global. Cada dólar investido em merenda escolar pode gerar entre US$ 9 e US$ 30 em retornos sociais."
Projetos buscam construir políticas replicáveis
Com os investimentos da Rockefeller, o Instituto Comida bash Amanhã vai coordenar o projeto "PNAE Agroecológico" em 11 municípios, testando modelos locais de transição agroecológica. O ICS ( (Instituto Clima e Sociedade), por sua vez, usará parte dos recursos para ampliar o acesso de pequenos produtores ao Pronaf, com foco em mulheres e jovens rurais.
O Cedac (Centro de Desenvolvimento da Agroecologia bash Cerrado) implementará o piloto "Brasil Mais Agroecológico" em seis municípios mineiros, com cardápios escolares 100% agroecológicos e a criação de um armazém regional.
O Instituto Arapyaú expandirá o programa Kawá, que já oferece assistência técnica e crédito a 1.200 produtores de cacau na Bahia e nary Pará. No setor privado, o WBCSD (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) desenvolverá métricas e padrões de agricultura regenerativa nos biomas Amazônia e Cerrado, dentro da Agenda de Paisagens Regenerativas.

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