Hinchcliffe participou do evento republicano no Madison Square Garden de Nova York, no domingo (27). O local estava lotado por apoiadores do candidato republicano à Casa Branca.
"Há uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano neste momento, acho que se chama Porto Rico", disse o humorista.
Hinchcliffe também zombou dos latinos, dizendo que "eles adoram fazer bebês", parodiou judeus e palestinos e ridicularizou um homem negro com o estereótipo de que afro-americanos gostam muito de melancia.
Os comentários do humorista irritaram democratas, republicanos e artistas como Bad Bunny, Jennifer Lopez e Ricky Martin. Os três cantores anunciaram apoio a Kamala Harris logo após as falas de Hinchcliffe.
O governador Pedro Pierluisi, que é democrata, criticou o humorista em uma rede social e disse que todos que aplaudiram Hinchcliffe deveriam se sentir envergonhados.
A vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris reagiu ao caso com um vídeo em que promete "desenhar um caminho novo e feliz para o futuro" de Porto Rico.
Apesar de ser um território administrado pelos EUA, não há urnas para a eleição presidencial em Porto Rico. Cidadãos da região podem votar no pleito desde que morem em um dos 50 estados norte-americanos, além do Distrito de Colúmbia.
Candidato republicano Donald Trump durante comício no Madison Square Garden, em Nova York, em 27 de outubro de 2024. — Foto: REUTERS/Brendan McDermid
Longe de se desculpar, Tony Hinchcliffe disse que quem o criticou "não têm senso de humor". Mas, a oito dias das eleições, a equipe de Trump se distanciou da polêmica.
"Essa piada não reflete a opinião do presidente Trump", afirmou uma das porta-vozes.
Para o senador da Flórida, o republicano Rick Scott, a piada não teve graça. "Não é engraçado e não é verdade. Os porto-riquenhos são pessoas incríveis e americanos incríveis. Estive na ilha muitas vezes. É um lugar lindo", afirmou.
Nas ruas, a indignação é imensa. "Antes, estava 100% convencido de votar em Trump e agora estou 100% motivado a sair e votar em Kamala Harris", declarou à AFP Javier Torres, um porto-riquenho de 45 anos que vive em Doral, ao lado de Miami.
A família porto-riquenha Martínez, que vive em Orlando, não pensou duas vezes.
O que foi dito no comício foi "racismo", declarou à AFP Denis Castro, um aposentado de 60 anos que vive no bairro de Bushwick, em Nova York. Muitos imigrantes moram na região.
Além disso, diante da polêmica, os olhos se voltaram para a Pensilvânia. O estado-chave que pode decidir o resultado das eleições conta com meio milhão de porto-riquenhos.
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