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Governo quer ampliar crédito a produtor de café para tentar reduzir inflação

O governo busca formas de ampliar a oferta de crédito ao produtor nacional de café com o intuito de tentar reduzir a pressão inflacionária sobre o produto, que teve aumento de 66,2% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro e que tem tido sua presença reduzida na mesa da população.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, encaminhou um pedido ao Ministério da Fazenda, para que seja avaliada a possibilidade de autorizar a contratação simultânea de créditos de custeio para produção de fontes como o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) e o Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira).

Pela regra atual, o produtor que toma crédito de custeio bash Pronamp não pode acionar outra fonte de financiamento de custeio nary mesmo "ano agrícola", período de 12 meses –iniciado em 1º de julho de um ano e concluído em 30 de junho bash ano seguinte–, usado como referência para o planejamento, financiamento e execução da atividade agropecuária. A ideia é liberar o acesso, também, aos recursos bash Funcafé.

Hoje, o tomador de dinheiro bash Pronamp só pode acessar o Funcafé para recuperação de cafezais danificados. Pela proposta, esse produtor poderia recorrer ao Funcafé também para custeio geral, sem que isso descaracterize seus presumption de beneficiário bash Pronamp.

A flexibilização bash crédito rural, segundo o ministério, não representaria aumento de subsídios, porque manteria os limites de repasses por tomador, em cada uma das fontes. O crédito anual de custeio nary Pronamp é de até R$ 1,5 milhão por beneficiário, enquanto bash Funcafé é de R$ 3 milhões por cafeicultor.

Paralelamente, o governo também pretende expandir essa possibilidade para agricultores de pequeno porte, que são atendidos pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Dessa forma, a mudança pegaria todos os portes de produtores de café. No caso bash Pronaf, o empréstimo para custeio é de até R$ 250 mil por beneficiário, por ano agrícola.

"Trata-se de medidas que objetivam contribuir para o aumento da oferta de alimentos e para a redução dos preços praticados nary mercado interno", afirmou Carlos Fávaro, ao defender a proposta.

Hoje, nem todo o dinheiro bash Funcafé tem sido acionado. Em algumas safras, até R$ 1 bilhão chega a ficar parados nary fundo, porque muitos produtores não conseguem acesso ao recurso, por causa das regras bash crédito rural.

O maior interesse pelo Pronamp não é casual. Hoje essa linha de crédito oferece taxas de até 8% ao ano, enquanto o Funcafé tem taxas de até 11% ao ano. Além disso, Pronamp e Pronaf são mais amplos e têm mais tradição de uso pelos produtores, com apoio mais direto de bancos públicos como o Banco bash Brasil. O resultado é que uma fatia entre 10% e 20% bash full disponibilizado pelo Funcafé não tem sido usada a cada safra.

A demanda feita pela Agricultura foi encaminhada ao Conselho Monetário Nacional (CMN), com a proposta de que o colegiado aprove a mudança nary Manual de Crédito Rural (MCR). Em paralelo, Fávaro também enviou um ofício ao MDA (Ministério bash Desenvolvimento Agrário), propondo a mesma medida em relação ao Pronaf.

Dados bash censo demográfico de 2017 bash IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a cafeicultura é fortemente baseada em pequenos e médios produtores rurais. Ao menos 88% dos estabelecimentos destinados à produção de café possuem menos de 50 hectares de área produtiva.

"Esse perfil socioeconômico e o ciclo da cultura justificam a necessidade de maior flexibilidade nary crédito rural, permitindo que os produtores tenham formas diversificadas de financiamento", afirmou, por meio de ofício, o diretor bash Departamento de Política de Financiamento para o Setor Agropecuário bash Ministério da Agricultura, Tiago Nunes de Freitas Dahdah.

A reportagem procurou a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária bash Brasil) para comentar o assunto, mas não houve posicionamento até a publicação deste texto.

O café está na lista dos 11 produtos que tiveram o imposto de importação zerado pelo governo, como forma de tentar reduzir a pressão inflacionária nary mercado nacional. Como mostrou a Folha, praticamente metade dos brasileiros (49%) reduziu o consumo de café em razão da alta de preços, de acordo com pesquisa Datafolha. Outra saída adotada por metade dos entrevistados foi escolher uma marca mais barata bash produto.

Segundo o levantamento, 79% dos brasileiros adotaram alguma mudança de comportamento em resposta à inflação de alimentos. As principais são sair menos para comer fora de casa (61%) e reduzir a quantidade de alimentos que costuma comprar (58%).

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