Haddad nega que cúpula do Congresso rompeu com o governo: 'Momentâneo'

Na Câmara, Hugo Motta rompeu com o líder do PT na Casa, deputado Lindbergh Farias (RJ). "Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias", afirmou Motta, que acusa o petista de incentivar ataques à Câmara nas redes sociais. Lindbergh respondeu chamando o presidente da Câmara de "imaturo".

No Senado, o rompimento de Alcolumbre se deve à rejeição a seu nome para indicação a uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Ele teria se irritado com a escolha do presidente Lula (PT) do advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar a vaga no Supremo deixada por Luís Roberto Barroso, que antecipou sua aposentadoria em outubro.

Em retaliação, dizem governistas, Alcolumbre colocou em votação uma pauta-bomba contra o governo. A proposta, aprovada ontem no Senado, concede aposentadoria especial a agentes comunitários de saúde e agentes de combate à endemias, como Zika e dengue, ao custo de R$ 40 bilhões em dez anos aos cofres federais, segundo cálculos da Fazenda. A idade mínima para aposentadoria será de 52 anos entre homens que atuarem na área. Para as mulheres, a idade será de 50 anos. Na regra geral, a faixa etária é de 65 anos para homens e 62 para mulheres.

Para Haddad, a indicação de Messias não deveria prejudicar a relação do Executivo com o Senado. Ela está "completamente em conformidade com a legislação atual", afirmou. "Messias tem sido extremamente diligente com as questões relativas ao Estado brasileiro em relação às questões fiscais, mantém com os 11 ministros do Supremo uma relação excepcional."

Os dois episódios colocaram em evidência a fragilidade da articulação política do governo. O momento é crucial em razão da proximidade do fim do ano legislativo e a necessidade de aprovar pautas importantes pendentes de votação, como parte da Reforma Tributária.

Fazenda pode ir à Justiça

Dario Durigan, número 2 da Fazenda Imagem: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda