A Argentina é, atualmente, a principal origem das importações gaúchas e o terceiro maior destino das exportações do Estado. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, a expectativa é de que a relação comercial, ao menos, se mantenha neste patamar após a disputa presidencial no país vizinho, que elegeu, no domingo (19), o ultraliberal Javier Milei. “Agora que Milei vai mostrar ao que veio, quais são as suas ideias e como ele vai dirigir a Argentina”, disse. O presidente da Fiergs é cético quanto algumas ideias defendidas pelo ultraliberal durante campanha, como a dolarização da economia do país e o fechamento do Banco Central. “Para o Milei dolarizar a Argentina, precisaria de cerca de US$ 100 bilhões de reservas de dólares, algo que o país não possui. Já terminar com o Banco Central não depende apenas dele, é uma decisão que passa pelo Congresso”, analisa. Ainda sobre a relação comercial entre os dois países, Petry espera que, além da Argentina permanecer como um dos principais parceiros, o novo líder consiga solucionar alguns entraves existentes nas transações comerciais e sugere, por exemplo, reduzir as barreiras não tarifárias aplicadas pelos vizinhos. Ele cita também os sucessivos atrasos de pagamento como algo que têm impactado o comércio bilateral.“A Argentina precisa se estabilizar em termos macroeconômicos, fazer tipo um ‘plano real’ ao modo deles e aumentar as suas reservas de dólares. Acredito que isso sim motivaria um crescimento das exportações brasileiras e gaúchas para lá”, aponta. Sobre a ideia de rever a posição do Mercosul apontada por Milei durante a campanha, o presidente da Fiergs espera que o movimento na nova gestão seja de fortalecimento e modernização do bloco econômico que reúne países sul-americanos e não o contrário.“Queremos continuar comprando deles e vendendo pra eles. O Milei pode até dizer que não vai negociar com o (presidente) Lula ou com a China, por não negociar com comunista, mas para quem então ele venderia a carne argentina?”, questiona.
A Argentina é, atualmente, a principal origem das importações gaúchas e o terceiro maior destino das exportações do Estado. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Porcello Petry, a expectativa é de que a relação comercial, ao menos, se mantenha neste patamar após a disputa presidencial no país vizinho, que elegeu, no domingo (19), o ultraliberal Javier Milei. “Agora que Milei vai mostrar ao que veio, quais são as suas ideias e como ele vai dirigir a Argentina”, disse.
O presidente da Fiergs é cético quanto algumas ideias defendidas pelo ultraliberal durante campanha, como a dolarização da economia do país e o fechamento do Banco Central. “Para o Milei dolarizar a Argentina, precisaria de cerca de US$ 100 bilhões de reservas de dólares, algo que o país não possui. Já terminar com o Banco Central não depende apenas dele, é uma decisão que passa pelo Congresso”, analisa.
Ainda sobre a relação comercial entre os dois países, Petry espera que, além da Argentina permanecer como um dos principais parceiros, o novo líder consiga solucionar alguns entraves existentes nas transações comerciais e sugere, por exemplo, reduzir as barreiras não tarifárias aplicadas pelos vizinhos. Ele cita também os sucessivos atrasos de pagamento como algo que têm impactado o comércio bilateral.
“A Argentina precisa se estabilizar em termos macroeconômicos, fazer tipo um ‘plano real’ ao modo deles e aumentar as suas reservas de dólares. Acredito que isso sim motivaria um crescimento das exportações brasileiras e gaúchas para lá”, aponta.
Sobre a ideia de rever a posição do Mercosul apontada por Milei durante a campanha, o presidente da Fiergs espera que o movimento na nova gestão seja de fortalecimento e modernização do bloco econômico que reúne países sul-americanos e não o contrário.
“Queremos continuar comprando deles e vendendo pra eles. O Milei pode até dizer que não vai negociar com o (presidente) Lula ou com a China, por não negociar com comunista, mas para quem então ele venderia a carne argentina?”, questiona.
Setor de calçados demonstra preocupação com eleição de Milei
A Argentina é o principal destino do calçado brasileiro no exterior. Entre janeiro e outubro, a Argentina importou 12,9 milhões de pares brasileiros por US$ 202,9 milhões, resultado 10% inferior em volume e 28,7% superior em receita na relação com o mesmo período do ano passado, conforme dados transmitidos pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Para o presidente da entidade, Haroldo Ferreira, a eleição de Javier Milei para a presidência da Argentina aponta para um cenário incerto. “Estamos monitorando, principalmente, a questão do Mercosul. Caso ocorra uma ruptura do bloco, em função do novo governo argentino, como apontam alguns analistas, teremos sim um problema mais grave, já que o calçado brasileiro, que hoje entra com tarifa zero, teria uma taxa de 35% para entrar no país vizinho”, alerta.
Por outro lado, conforme Ferreira, o viés ultra-liberal de Milei pode auxiliar na queda de barreiras que hoje existem para aquele mercado, especialmente no que se refere às licenças de importação. “Mas aí a questão recairia na capacidade de pagamentos diante da necessidade de preservação das parcas reservas internacionais da Argentina. É um cenário ainda muito incerto, mas que estamos acompanhando com atenção”, conclui.
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