A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), manteve o processo de queda dos últimos seis meses e reduziu 1,4% em março diante do mesmo mês de 2024. Mesmo com as quedas, o indicador se mantém ligeiramente dentro do espectro de otimismo (acima de 100 pontos), com 102,7 pontos. A pesquisa aponta também que as famílias de menor renda estão sendo as mais afetadas pelo cenário atual e apresentam insatisfação com relação ao consumo, entrando, assim, no espectro do pessimismo. A intenção de consumir tanto das famílias que recebem mais de dez salários mínimos quanto das que recebem menos, em março, registrou retração com taxa mensal de 0,5%. Com isso, a percepção das famílias com renda abaixo de dez salários mínimos alcançou 99,8 pontos, entrando no espectro de pessimismo (abaixo dos 100 pontos) pela primeira vez desde novembro de 2024.
Em uma análise anual por gênero, a pesquisa revelou queda somente da intenção de consumo entre os homens, de 2,4%. O dado contrasta com a das mulheres, que obteve avanço de 0,2% em relação a março de 2024. "Os resultados deixam claros os efeitos adversos que a economia brasileira vem apresentando. As famílias estão se sentindo cada vez mais cautelosas com os seus gastos e preocupadas com o futuro", afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. "A ICF de março nos apresentou um dado importante. Os homens reduziram suas perspectivas de consumo em relação ao ano passado, enquanto as mulheres aumentaram", avalia João Marcelo Costa, economista da CNC. O estudo revelou que as mulheres demonstraram uma Perspectiva de Consumo – ICF acima do resultado de março do ano passado (+0,3%), enquanto os homens experimentaram queda de 4,4% no indicador, apontando que as mulheres devem manter esses efeitos positivos nos próximos meses.
A ICF apontou também queda apenas no grupo com maior renda (-0,3%). As famílias com rendimentos abaixo de dez salários mínimos mantiveram uma taxa positiva (+0,5%). Este fato revela que os consumidores de maior renda estão sendo os mais afetados pela retração na oferta de crédito, dado que dependem menos desses recursos para seu consumo. No entanto, a retração no mercado de crédito ainda não causou uma reversão do indicador a ponto de colocá-lo no espectro de pessimismo (abaixo de 100 pontos).
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