O ataque do Irã a Israel é uma "resposta legal, racional e legítima aos atos terroristas" e também à morte de Hassan Nasrallah, ex-chefe do grupo extremista do Hezbollah, morto na última sexta-feira (27), disse a missão do Irã nas Nações Unidas em Nova York, em rede social, nesta terça-feira (1º).
"Se o regime sionista se atrever a responder ou cometer mais atos de malevolência, uma resposta subsequente e esmagadora se seguirá. Os estados regionais e os apoiadores dos sionistas são aconselhados a se separar do regime", escreveu a missão.
Após os atentados, o porta-voz do Exército israelense disse que o ataque foi "sério" e que "haverá consequências".
Domo de Ferro abate mísseis disparados pelo Irã em Ashkelon, em Israel, nesta terça-feira (1º). — Foto: Amir Cohen/Reuters
O Irã disparou cerca de 120 mísseis balísticos em direção a Israel nesta terça, segundo as Forças Armadas israelenses. O Irã também confirmou o envio, que culmina a escalada de tensões entre Israel e o Hezbollah nas duas últimas semanas.
A maior parte dos mísseis atingiu Tel Aviv, onde uma série de explosões foi registrada. Israel fechou o espaço aéreo, e todos os aeroportos encerraram atividades. Não havia registro de vítimas até a última atualização desta reportagem, mas um atentado que ocorreu no mesmo momento nos arredores de Tel Aviv deixou oito mortos.
Os mísseis foram lançados por volta das 18h30 no horário local (13h30 pelo horário de Brasília), e demoraram apenas 12 minutos para atingir o território israelense após o lançamento.
Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada, segundo a agência estatal iraniana. A segunda leva não havia atingido o território israelense até a última atualização desta reportagem.
A imprensa iraniana afirmou que a Universidade de Tel Aviv foi atingida, mas não havia relato de vítimas até a última atualização desta reportagem. A imprensa israelense falou de um posto de gasolina atingido.
O governo de Israel afirmou que os moradores da cidade se refugiaram em bunkers. Ainda não havia informações sobre vítimas ou danos até a última atualização dessa reportagem.
Além de Israel, Jordânia e Iraque também fecharam seus espaços aéreos.
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
- Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
- A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
- Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
- Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
- Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
- Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
- Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que militares estavam se preparando para uma possível operação terrestre no Líbano. Bombardeios aéreos executados pelos israelenses seriam indícios de uma preparação de terreno.
Veja onde fica o Líbano — Foto: Arte/g1
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