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Jornalista brasileira tenta deixar o Líbano após bombardeios de Israel: 'sensação de tensão permanente'

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Leila é casada com um libanês. Ela conta que vai precisar deixar o marido, já que ele não tem condições de deixar o país agora porque precisa cuidar da mãe.

"A situação do Líbano é de uma tensão permanente, uma situação horrível com uma crise humanitária profunda que só se agrava a cada dia. Os ataques de Israel não param, pelo contrário, só se agravam a cada dia", afirma ela.

A jornalista foi para o Líbano para estudar árabe e desenvolver um projeto de pesquisa que seria para o ano que vem. Mas, com a tensão no Oriente Médio, decidiu, no fim de semana passado, adiar os planos acadêmicos e voltar ao país natal.

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Morando em Beirute, uma área ainda considerada segura, ela ouve os bombardeios. O mais próximo, segundo ela, foi a apenas 3 km da sua casa.

“O ataque da madrugada de segunda foi a 3 quilômetros daqui, e os bombardeios não param. O subúrbio de Dahieh, que fica a 7 km da minha casa, está sendo bombardeado quase que diariamente. Tem famílias desalojadas nas ruas da capital”, conta Leila.

"Consigo sair, aqui no bairro e arredores ainda é ok de andar. Tenho ido também a algumas áreas mais afastadas pra trabalhar, mas é cada vez mais inseguro. Hoje tinham colegas jornalistas no subúrbio minutos antes do bombardeio", emenda.

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Para ela, foi difícil a decisão de retornar e deixar o marido no Líbano.

“Além da dimensão pessoal, tem a profissional e a afetiva também. Comecei a fazer frilas (trabalho de freelancer) para o Brasil cobrindo a região, e já me sinto muito vinculada ao país”, relata.

Com a intensa saída de pessoas do país, ela tem encontrado dificuldades em comprar a passagem aérea.

“Consegui um [voo] para o dia 5, mas já foi cancelado. Ontem consegui outro, mas apenas para o dia 18 de outubro”, explica.

Moradores de cidades libanesas relatam bombardeio intenso na fronteira com Israel, além do som de helicópteros e drones sobrevoando a área.

Leila conta que a situação humanitária é grave. Além da questão psicológica ao ter que lidar com os sons constantes do conflito, quem perdeu suas casas tem que enfrentar a falta de abrigo suficiente para todos.

"Nos últimos dias a gente teve um ataque israelense que atingiu um prédio que estava sendo usado como alojamento. Essas pessoas foram enterradas em covas coletivas nessa terça. É uma situação de uma crise humanitária gravíssima, a gente sente que não tem lugar seguro. O Líbano é um país muito pequeno e estamos todos em risco diante dessa agressão israelense", completa ela.

De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, mais de 1 mil pessoas foram mortas e 6 mil ficaram feridas ao longo das últimas duas semanas. O governo afirmou ainda que 1 milhão de pessoas – praticamente um quinto da população do país – deixaram as casas onde viviam.

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