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Justiça prorroga prisão do presidente da Coreia do Sul, e manifestantes invadem tribunal; 46 pessoas foram detidas

Pouco depois do anúncio da decisão do tribunal, os apoiadores do presidente cercaram o prédio e avançaram contra a polícia de choque, que tentava contê-los.

Imagens mostraram manifestantes usando extintores de incêndio contra as fileiras de policiais, antes de invadirem o interior do tribunal e destruírem equipamentos de escritório e móveis.

A polícia, que restabeleceu a ordem algumas horas depois, informou ter prendido 46 manifestantes até o momento.

"Vamos rastrear até o fim aqueles que cometeram atos ilegais ou instigaram e ajudaram", disse a Polícia Metropolitana de Seul em um comunicado.

Cerca de 40 pessoas sofreram ferimentos leves durante o caos, mas ninguém se machucou de forma grave, segundo um dos socorristas ouvidos pela Reuters.

Com a exigência de decidir entre prorrogar a detenção de Yoon ou libertar o presidente cassado em até 48 horas, investigadores sul-coreanos pediram mais tempo a um tribunal de Seul na sexta-feira. O pedido foi feito após Yoon se recusar a ser interrogado.

Após uma audiência de cinco horas no sábado (18), da qual Yoon participou, o Tribunal Distrital Oeste de Seul optou por atender ao pedido dos investigadores devido à "preocupação de que o suspeito possa destruir provas".

Com a decisão, Yoon pode ser mantido detido por até 20 dias. A lei sul-coreana exige que um suspeito detido com mandado passe por exame físico, tenha uma foto tirada e use uniforme de prisão.

É esperado que o líder continue sendo mantido em uma cela solitária no Centro de Detenção de Seul.

"Presidente Yoon Suk Yeol e nossa equipe jurídica nunca desistirão", disseram os advogados de Yoon, que consideram a investigação criminal inválida, em um comunicado.

"Faremos o nosso melhor em todos os futuros procedimentos judiciais para corrigir o erro", afirmaram, classificando a violência no tribunal como um incidente "lamentável".

O conservador Partido do Poder Popular de Yoon chamou a decisão do tribunal de "uma grande pena".

"Há uma dúvida sobre se as repercussões de deter um presidente em exercício foram devidamente consideradas", disse o partido em um comunicado.

Mas o principal partido de oposição, o Partido Democrático, considerou a prorrogação da prisão como um "marco" para reconstruir a ordem. A legenda disse que os "motins" de grupos "de extrema direita" apenas aprofundariam a crise nacional.

O decreto da lei, no início de dezembro, restringiu temporariamente o direito de civis. A medida também visava fechar a Assembleia Nacional, mas acabou fracassando e rejeitada pelos próprios deputados.

Ao anunciar a lei marcial, o presidente Yoon fez críticas à oposição. "Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas", disse.

O decreto veio em um contexto de baixa aprovação do presidente e de trocas de farpas com a Assembleia Nacional, que é controlada por deputados da oposição.

Desde então, Yoon foi alvo de uma operação policial e de uma votação na Assembleia Nacional que o afastou do cargo. Atualmente, a Coreia do Sul está sendo governada por um presidente interino.

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