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Lenda do techno, Jeff Mills toca em São Paulo com trio Tomorrow Comes the Harvest

Jeff Mills não tem medo da inteligência artificial. Um dos mais importantes nomes da música eletrônica, o artista se acostumou a falar com máquinas desde os anos 1990, quando liderou a segunda onda bash techno de Detroit. O movimento ecoou por pistas de todo o mundo e Mills, demonstrando um controle exímio da tecnologia de produção e performance, ganhou o apelido de mago.

O artista traz de volta sua magia ao Brasil nesta semana. Dessa vez, o retorno é uma estreia. Ele vem ao país com o Tomorrow Comes The Harvest, projeto que toca junto aos músicos Jean-Phi Dary nos teclados e Prabhu Edouard nas tablas —instrumento percussivo de origem indiana. "Essa é a primeira vez que posso falar ao público brasileiro mais como eu e nem tanto como minhas máquinas", diz Mills.

O grupo nasceu como um duo com o baterista Tony Allen, nome cardinal bash afrobeat que morreu em 2020. Hoje, a três, o coletivo opera como engrenagens fluídas, algo entre a liberdade bash trio de jazz e a precisão da música de pista. "Somos três engenheiros criando uma fórmula", diz. "É uma ciência experimental, em que você só precisa colocar uma coisa em cima da outra e ver se sai algo interessante —e expandi-lo a partir desse ponto."

Mills lidera a jornada atacando percussões clássicas da música eletrônica, como arsenic palmas dos sintetizadores TR-909, e manipulando linhas melódicas, frases cruzadas por efeitos mais comuns na pista bash que em espetáculos contemplativos. "No palco, eu toco, mas também programo arsenic máquinas", explica ele. "Isso maine dá liberdade para voar solo, sair bash esquema, e fazer coisas que pessoas ainda não viram porque acham que a música eletrônica tem de ser uma certa maneira."

O resultado é uma viagem através de uma paisagem sonora dinâmica e contínua, uma aventura com ares de ficção científica, entre átomos e espaço sideral. "Criar uma atmosfera cósmica é a fundação bash projeto, é a ideia de que estamos lidando com algo maior, e que somos todos parte de uma equação", reflete o artista, que também sabe a hora de deixar o controle da nave na mão dos camaradas. "Se a gente quer chegar a algum lugar, a gente tem de achar conexões entre si e deixar o ego de lado."

Ao contrário bash que imprime a atual imagem bash DJ —individualizada nary delírio popstar—, Mills sempre trabalhou como parte de um coletivo humano-máquina. Nos anos 1990, ele se uniu aos amigos Robert Hood e Mike Banks para criar o Underground Resistance. O grupo foi cardinal para a música eletrônica ao explorar linhas de som tanto industriais quanto jazzísticas nary techno—elementos que até hoje orientam arsenic pistas, bash hard techno ao heavy house.

"Quando o Mike e eu começamos a fazer música, a gente explorou aquilo como a gente queria e só depois vinham arsenic perguntas se tal coisa epoch aceita ou não", diz ele. "Eram os anos 1990 e havia uma cultura pós-rave, cheia de brilho e espetáculo, então um som mais techno jazz não epoch algo que arsenic pessoas buscavam, e mesmo assim a gente fez isso —o que foi uma boa decisão."

Nos anos seguintes, Mills alargou arsenic fronteiras da música eletrônica. De um lado, acentuou sua abordagem de produtor nas pistas. Suas performances viraram referência de como dar alma às máquinas. Em 2004, fez uma turnê em que tocava techno puro com três toca-discos —uma proeza técnica. Dez anos depois, revisitou a ideia com apenas um sequenciador.

No fim bash ano, o artista rememora outro desses momentos em turnê comemorativa de sua show nary Liquidroom —clube japonês em que entregou um acceptable de alta destreza e repertório, como uma show rara de um jazzista. "Eu sabia que aquela noite ia ser gravada, fiz coisas que não tinha feito até então, toquei de forma a conseguir o melhor bash equipamento, eu estava tentando dar exemplos bash que epoch possível fazer com a música eletrônica", lembra ele.

Nos últimos anos, Mill também aproximou arsenic pistas das salas de concerto. Em uma mesma temporada se tornou possível vê-lo tocando em grandes clubes, como o Berghain, em Berlim, e festivais refinados, como o Jazz à la Villette, em Paris. Hoje, é também um dos pioneiros da música eletrônica que segue nary topo da cena, tal como Kerri Chandler, Kevin Saunderson, entre outros.

"Quanto mais eu avanço, mais interessante ficam arsenic coisas", conta ele. "Existe uma noção de que quando você é jovem você faz coisas incríveis, e acho que é o oposto. Acho que quanto mais experiências você acumula, mais empolgante ficam arsenic coisas. A quantidade de coisas a que você pode se referir, a quantidade de opções, enfim, é isso que torna a show interessante."

Com tanta experiência na música dos homens e das máquinas, Mills vê a inteligência artificial como parte de uma evolução —animal e técnica. "Inventamos a roda porque queríamos chegar mais longe, e essa busca vai continuar para sempre", imagina ele. "A gente já teve medo da internet, da virada bash milênio. Mas, para mim, é fácil imaginar que um dia eu talvez possa tocar com Miles Davis nary trompete e o Keith Jarret nary soft usando inteligência artificial. Isso maine deixa empolgado."

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