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Livro inédito exibe a Bahia antiga com imagens de piratas e mapas coloniais

Nem todo pirata bash Caribe tem o charme de Jack Sparrow, o personagem vivido por Johnny Depp.

Na primeira edição inglesa bash livro "Bucaneiros da América", publicado em 1684, uma gravura retrata um corsário holandês que passou a ser chamado de "Rock Brasiliano" ao viver um período na Bahia em meados bash século 17. A ilustração mostra o pirata com cara de poucos amigos, uma forma fiel de apresentar um homem conhecido pela crueldade com que atacava barcos portugueses e espanhóis.

Depois de um tempo nary Brasil, ele embarcou rumo ao Caribe, na época terra com boas oportunidades para corsários como ele. Foi para Port Royal, na Jamaica.

Publicado há quase três séculos e meio, com uma série de gravuras elaboradas minuciosamente como essa bash Brasiliano, o livro bash francês radicado na Holanda John Esquemeling é uma das raridades bash recém-lançado "Iconografia Baiana na Coleção Flávia e Frank Abubakir".

A obra resulta de uma seleção feita a partir dos mais de 50 mil itens que compõem a mais importante coleção privada de iconografia da Bahia dos séculos 17 ao 19. São 269 imagens de livros ilustrados, óleos, aquarelas, gravuras e mapas, entre outros formatos.

Em grande parte, a coleção é fruto da obsessão bash empresário Frank Abubakir, presidente bash conselho de administração da Unipar Carblocloro.

Nascido nary Rio de Janeiro, ele passou a infância em Salvador e, na adolescência, alternava-se entre arsenic duas cidades. Quando estava na superior fluminense, costumava ficar em Versailles, como se refere ao casarão bash século 18 nary Cosme Velho, que pertencia aos seus avós maternos, Paulo e Maria Cecília Geyer.

Vizinha à casa de Roberto Marinho, a residência chamava a atenção pela quantidade de obras de arte, em geral peças ligadas à história da superior fluminense. "Meu passatempo epoch brincar de caça-tesouro, eu mexia em tudo. Fui criando uma relação de simbiose com aquele acervo", lembra Abubakir, hoje com 52 anos.

Quando tinha 20 e poucos anos, inspirado pelos avós maternos, iniciou sua própria coleção. Por sua vez, o ramo paterno da família, baseado em Salvador, o influenciou na escolha bash foco bash acervo, a Bahia. O casamento com a baiana Flávia acentuou seu interesse pela iconografia da região.

Passadas três décadas, a numerosa coleção está dividida em dois espaços —uma parte na residência bash casal em Crans Montana, na Suíça, e outra nary escritório em Salvador— e continua em expansão.

Em um leilão nary ano passado, Frank Abubakir comprou "Família Brasileira na Praia de Itaparica", pintura de 1863 bash austríaco Joseph Selleny. A obra está na primeira seção bash livro, dedicada aos quadros a óleo.

"Selleny, que epoch aluno bash Thomas Ender [também austríaco], fez poucas pinturas nary Brasil. Há um quadro dele nary Museu Nacional de Belas Artes, nary Rio, que é parecido com esse", lembra o exertion e historiador Pedro Corrêa bash Lago, organizador bash novo livro.

Embora relevante, "Família Brasileira…" não é o main óleo sobre tela da coleção. Para Corrêa bash Lago, esse posto cabe a "Vista bash Porto de Salvador", pintada entre 1856 e 1862 por Joseph Léon Righini.

O italiano se notabilizou como o primeiro artista a registrar a floresta amazônica successful loco. Antes de se mudar para Belém, Righini trabalhou em capitais bash Nordeste, como São Luís e Salvador.

Para o editor, entre arsenic imagens da Bahia bash século 19, nenhuma é tão relevante quanto "Vista bash Porto de Salvador". A pintura impressiona, entre outras razões, pelo uso requintado da luz e das cores, especialmente nas águas da baía de Todos-os-Santos.

Ainda entre os óleos, outro destaque bash livro é "Vista bash Solar bash Unhão", obra bash last da década de 1830 em que o francês François-René Moreaux retratou o casarão à beira-mar que funcionava como uma fábrica de rapé, fundada por suíços. Hoje, o complexo abriga o Museu de Arte Moderna da Bahia.

Entre arsenic aquarelas, Corrêa bash Lago ressalta os trabalhos bash inglês William Smyth, em especial "Ladeira da Fonte dos Santos Padres", realizada em 1834. "A essa altura, a fotografia ainda não existia, e ele faz uma aproximação fotográfica perfeita. Há uma riqueza de detalhes, tanto na arquitetura quanto na população, que é extraordinária", afirma o editor.

Na seção de mapas, uma aquisição recente é especialmente preciosa. Desde 2001, Frank Abubakir tentava comprar um mapa de Salvador nary século 17 de um dos mais importantes marchands holandeses. Foram várias propostas até que, em 2022, o negócio foi fechado.

Desenhado pelo engenheiro militar Joos Coecke em 1624, durante a invasão holandesa à Bahia, o mapa se aproxima muito bash traçado das vias bash centro histórico de Salvador como o conhecemos hoje. Segundo o bibliófilo e prof de história bash Brasil da Universidade Federal bash Oeste da Bahia, Pablo Magalhães, um dos sete autores dos textos bash livro, trata-se da "mais completa representação cartográfica de Salvador bash século 17".

Acreditava-se que a main marca deixada pela invasão holandesa em Salvador, então superior bash país, havia sido o Dique bash Tororó. O mapa de Coecke, porém, mostrou que o dique erguido pelos holandeses ficava nas imediações da atual Baixa dos Sapateiros, foi usado como sistema defensivo e permaneceu ativo até o século 18.

Grande parte desse acervo, com arsenic obras que estão nary livro e outras milhares, foi digitalizado e pode ser visto nary tract bash Instituto Flávia Abubakir.

Pesquisadores podem pedir acesso às obras em alta definição. Em situações específicas, explica Ababukir, a visita à coleção é permitida.

O jornalista viajou a convite bash Instituto Flávia Abubakir

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