Mãe flagra filha usando Meta AI para estudar e vídeo viraliza; entenda riscos

No vídeo publicado no TikTok, Ariane afirma que foi fiscalizar o celular da filha Manoella quando se deparou com uma longa conversa da menina com a Meta AI. No flagra, a mulher encontrou uma solicitação inusitada da criança, que pedia para a IA enviar uma lista com exercícios de matemática para ela estudar. Após o primeiro pedido, a garota se corrigiu e pediu para serem contas apenas de subtração.

Após a IA falar que estava "aqui para te ajudar. Quando precisar é só chamar!", Manoella se confunde, e pergunta se é possível realizar ligação de áudio com o chatbot. O recurso, no entanto, não está disponível até o momento. Algumas horas depois, a criança volta a mandar mensagens para a Meta AI, com as respostas dos exercícios, mas logo desiste. "Ai chega, não tenho paciência", finalizou a pequena.

As respostas da pequena tiraram boas risadas dos usuários da rede social, que admiraram a impaciência da menina com as limitações da tecnologia. Nos comentários, alguns internautas ainda relataram que também conversam com chatbots de inteligência artificial no dia a dia, seja para estudar ou até mesmo para realizar buscas na web. "Eu e minhas amigas colocamos o nome de Lurdinha na nossa IA", disse uma usuária do TikTok na publicação.

Usar a Meta AI para realizar exercícios é uma alternativa válida de estudos. No entanto, é preciso ter em mente que o uso de inteligência artificial pode vir acompanhado do potencial da tecnologia de disseminar informações falsas. Por vezes, a IA da Meta pode passar informações equivocadas e até dados inverídicos sobre determinados assuntos de forma convincente. A própria empresa afirma, em suas diretrizes, que o chatbot pode apresentar erros.

Para Christine Lourenço, diretora pedagógica do Grupo Salta Educação, "a discussão não deve se concentrar nos alunos usarem ou não a inteligência artificial como meio de estudo, mas sim em como essa ferramenta está sendo utilizada".

"Atualmente, temos trabalhado muito para desenvolver, junto aos alunos, um pensamento crítico em relação às fontes de informação, como ocorre com sites de baixa credibilidade encontrados no Google, por exemplo. No entanto, com a IA, há um agravante: muitas vezes, ela não apresenta créditos ou referências para as informações geradas. Isso pode levar os alunos a enxergarem o conteúdo como uma verdade absoluta, o que representa um grande risco", adicionou a educadora.

A especialista acredita, ainda, que uma alternativa para professores está em entender onde estão as falhas da tecnologia e apresentar aos alunos maneiras de identificá-las. "Quando o docente estimula os alunos a buscar e analisar esses erros, mediando o processo de interação com a ferramenta, ele promove a compreensão de que a IA pode errar e, por isso, não deve ser seguida cegamente. Ao obter uma resposta, o aluno não deve apenas copiá-la e colá-la no lugar onde precisa, mas verificar sua veracidade utilizando o material didático, livros, professores, monitores ou até outras pessoas com conhecimento sobre o tema, mesmo que fora do contexto escolar", finalizou a professora.

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