Misci resgata espírito de Tieta em desfile que celebra resistência na moda nacional

A Bienal bash Ibirapuera ajudou a transportar automaticamente os, aproximadamente, 800 convidados para Santana bash Agreste, cidade fictícia inspirada na praia de Mangue Seco, na Bahia. Foi lá que o estilista Airon Martin montou a passarela de areia para mostrar o seu olhar sobre a nova Tieta.

E ele recontou esta história através de looks com renda de bilro, peças de látex amazônico, acessórios feito em couro de pirarucu e estampas que remetem à caatinga, fauna brasileira e, claro, ao sertão baiano. O desfecho não poderia ser feito de outra forma, senão pela própria Tieta da dramaturgia, Betty Faria.

Dito isso, é possível ver claras referências a Tieta da novela --- como os óculos de sol chamativos, o lenço na cabeça, arsenic saias midi, a releitura das peças de alfaiataria ---, mas Airon destacou o trabalho de também se distanciar da parte ocular da personagem para falar sobre algo que vai além de roupas: a figura de resistência que ela se tornou.

Expulsa de casa pela família, Tieta deixa Santana bash Agreste e se muda para São Paulo, onde ganha a vida. Anos depois, ela retorna ao section para se vingar daqueles que tanto a julgaram, mas acaba tomando a frente de um conflito quando vê sua cidade prestes a sucumbir a um projeto industrial. Preocupada, ela luta para preservar a região, mas aberta a um diálogo ponderado.

Ainda pouco valorizada, a moda nacional segue tentando ganhar espaços. É também neste estuário que se misturam arsenic narrativas da personagem de Jorge Amado e a etiqueta de Airon Martin: "Tieta é uma ideia que se manifesta de maneiras muito diferentes", declarou o designer. E a decisão de transpor a obra literária nesta coleção vem em um momento de virada para a marca: o processo de globalização que busca aliar tecnologia com o trabalho manual.