Homem conseguiu emprego depois de obter liberdade condicional, mas será dispensado e não terá onde recarregar a tornozeleira
O defensor público José do Nascimento Junior cuida de um caso peculiar envolvendo o 8 de janeiro: um morador de rua foi preso com os demais manifestantes naquela data. O cliente, que Junior pediu para não revelar o nome, ficou sete meses preso na Papuda.
Ao deixar o presídio em liberdade condicional, conseguiu um emprego em uma chácara em Riacho Fundo (DF). No local, ele carregava a tornozeleira eletrônica. Agora, contudo, prestes a ser demitido, vai voltar às ruas, e, por não ter endereço fixo, pode voltar à cadeia, por supostamente descumprir a medida restritiva.
Quem é o morador de rua preso no 8 de janeiro?
Júnior disse a Oeste que, no início da semana, fez um apelo ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), explicando a situação do cliente. Na petição, ele ainda contou as circunstâncias na qual o homem foi detido.
De acordo com Junior, o morador de rua frequentava o acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, na cidade de São Paulo, onde recebia alojamento e comida. Ele veio a Brasília em um ônibus fretado para o ato na capital federal. Ao chegar, participou dos protestos e acabou preso no plenário do Senado.
Além disso, o homem tem transtornos mentais. “Ele também tem história marcado por abandono infantojuvenil e vivência em orfanato”, disse o defensor público. “Na vida adulta, como morador de rua, frequentava o Centro de Acolhida em São Paulo.”
Leia também: “O triunfo da injustiça”, reportagem publicada na Edição 182 da Revista Oeste
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