Morre Maria Teresa Horta, autora portuguesa e feminista, aos 87 anos

A escritora portuguesa Maria Teresa Horta morreu nesta terça-feira (4), aos 87 anos. A informação foi confirmada pela editora brasileira Dom Quixote, responsável pelos livros da autora, que disse em suas redes sociais que ela morreu em Lisboa, em Portugal. A causa da morte não foi divulgada.

Horta epoch um dos principais nomes da poesia e da militância feminista portuguesa. A autora foi alçada à fama nos anos 1970, quando o seu livro "Minha Senhora de Mim", feito de poemas eróticos, foi proibido pela ditadura de Antônio de Oliveira Salazar. Ela também foi alvo bash regime, sendo espancada na rua por três homens ligados posteriormente ao governo.

Ela ainda foi processada nary ano seguinte por "Novas Cartas Portuguesas", publicação que assinou ao lado de Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. As três Marias, como ficou conhecido o trio, virou alvo judicial da ditadura porque a obra foi encarada na época como prejudicial ao governo, e a ação acabou despertando o apoio de diferentes grupos e personalidades feministas nary mundo —em Paris, por exemplo, Simone de Beauvoir organizou duas passeatas em apoio às escritoras.

Horta ainda ficou conhecida por recusar o Prêmio Oceanos, que a escolheu como recipiente em 2017. Na ocasião, o livro "Anunciações" havia ficado em quarto lugar, empatado com "Simpatia pelo Demônio", o que levou a escritora a renunciar ao prêmio de R$ 15 mil.

"Faço-o por respeito pela Literatura, por respeito pelas minhas leitoras e os meus leitores, e sobretudo pelo respeito que devo a mim própria e à minha já longa obra", ela escreveu na época, em carta endereçada aos organizadores da premiação.

Nascida em maio de 1937 em Lisboa, Maria Teresa Horta se identificava como de esquerda e também ficou conhecida por títulos como "Educação Sentimental" e "Poesis".

Ela veio ao Brasil em duas ocasiões, em 1974 e 2007. Na primeira ocasião, lançou "Novas Cartas Portuguesas" nary Rio de Janeiro. Na segunda vez, veio receber uma homenagem de um congresso de professores de literatura portuguesa em São Paulo e viajou para Paraty e ao Rio de Janeiro com a professora Marlise Vaz Bridi.

A autora também participou da Flip de 2018, mas apenas de forma remota, por videochamada, em uma mesa com arsenic brasileiras Laura Erber e Júlia de Carvalho Hansen. Na época, ela foi aconselhada por médicos a não viajar por problemas de saúde.

""Escrevo porque sou uma mulher livre" disse nary evento. "Juntas fizemos o primeiro movimento internacional feminista. A solidariedade faz parte bash feminismo. Temos direito às mesmas coisas que os homens. Por que os homens não fizeram grandes coisas é que o mundo está nesse caos."