Amigos e familiares criaram um memorial improvisado para as vítimas do ataque

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Amigos e familiares criaram um memorial improvisado próximo à universidade para as vítimas do ataque

Há 20 minutos

Ao menos 14 pessoas foram mortas e outras 25 ficaram feridas em um ataque a tiros na Universidade Charles, no centro de Praga, capital da República Tcheca, na quinta-feira (21/12).

Nesta sexta (22), a Polícia divulgou novas informações sobre o atirador e o que aconteceu durante o ataque.

O episódio já é considerado o mais mortal desde a independência da República Tcheca, há 30 anos.

O atirador

Cerca de três horas antes do ataque, a Polícia iniciou a busca pelo atirador depois que seu pai foi encontrado morto em uma cidade a oeste de Praga.

Ele foi identificado como David Kozak, estudante de 24 anos que, segundo as autoridades locais, "queria tirar a própria vida".

A polícia começou a evacuar um prédio da Universidade Charles onde ele teria aula naquele dia, mas o atirador se dirigiu a uma parte diferente da Faculdade de Artes da instituição.

Por volta das 15h (11h de Brasília) de quinta-feira, a polícia recebeu as primeiras informações sobre o disparo de tiros no centro da cidade.

A Faculdade de Artes da Universidade Charles está localizada na Praça Jan Palach, no centro de Praga. Fica a poucos passos da Praça da Cidade Velha e da Ponte Carlos, dois dos mais famosos pontos turísticos da capital.

Mapa dos acontecimentos

Segundo as informações divulgadas pela polícia, todas as vítimas foram atingidas dentro do prédio da universidade.

Ainda segundo as autoridades, o atirador tinha um 'enorme arsenal de armas e munições".

Cerca de 20 minutos após o início do ataque, a polícia disse ter recebido informações de que o homem estava no telhado do prédio e o cercou "em todas as direções'.

Segundo os oficiais, ele tirou a própria vida quando viu que estava encurralado.

A polícia afirmou ainda que está investigando se o mesmo atirador foi responsável pela morte de um homem e sua filha em uma floresta perto de Praga na semana passada.

As vítimas

Segundo o diretor da Polícia de Praga, todas as 14 vítimas do ataque já foram identificadas e seus familiares avisados sobre suas mortes.

O Ministério do Interior tcheco informou que uma das vítimas foi Lenka Hlavkova, chefe do Instituto de Musicologia da Faculdade de Artes da universidade.

O governo tcheco também confirmou que três dos mais de 20 feridos são estrangeiros — um dos Países Baixos e dois dos Emirados Árabes Unidos.

O momento do ataque

Em uma coletiva de imprensa nesta sexta, a polícia divulgou imagens extraídas da câmera corporal dos agentes que tentaram intervir durante o ataque.

Nos vídeos, é possível ver pessoas fugindo pelos corredores da Universidade Charles.

Targ Patience, um britânico-australiano que estava hospedado em um apartamento perto do local do ataque, disse à BBC que ouviu "muitos disparos".

"Olhei pela minha varanda e vi a polícia chegando. Alguns policiais tiveram dificuldade para impedir que pessoas acessassem o local", acrescentou.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostram ainda pessoas saltando de um dos parapeitos do edifício para fugir do atirador.

Em outro vídeo, uma multidão é vista fugindo da área onde se localiza a instituição acadêmica, frequentada também por turistas.

Carros de polícia e ambulância

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Polícia afirmou que sua prioridade no momento do resgate foi interromper sangramentos de vítimas

"Ouvimos quatro tiros altos", disse Joe Hyland, 18 anos, à BBC. "Todo mundo estava correndo e fugindo para se proteger."

"Tenho problemas no joelho e uso muletas. Então, tive que correr mancando o mais rápido possível", acrescentou Hyland, que estava de férias com amigos em Praga.

"Pegamos o metrô e descemos porque achamos que seria a coisa mais segura a fazer."

O professor Radek Samik, que estava dentro da faculdade quando o ataque começou, disse à BBC: "As imagens ficam se repetindo para mim, não consigo tirá-las da cabeça."

"Mesmo que eu não tenha visto muito, só a experiência pela qual você passa, é um choque."

Policial ajuda menina

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A polícia pediu que testemunhas compartilhem fotos ou vídeos do ataque

Segundo a polícia, alguns estudantes construíram barricadas dentro das salas da universidade para se protegerem.

Policiais entraram no edifício para resgatá-los e, em alguns casos, tiveram que usar a força para passar pelas barricadas e tirar os alunos de lá, relataram.

"Criamos um corredor seguro e através dele todos foram orientados a sair", disse um policial a jornalistas.

As autoridades estão agora em alerta máximo para casos futuros de pessoas que possam se inspirar no ataque desta quinta-feira, monitorando ameaças inclusive nas redes sociais.

"Tentaremos distinguir entre ameaças fúteis e ameaças reais", afirmou o diretor da polícia de Praga.