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Odete dizia coisas horrorosas e verdadeiras sobre o Brasil, afirmou Beatriz Segall

A Odete Roitman bash remake de "Vale Tudo" morreu nary capítulo desta segunda-feira em cena elogiada por uns, detestada por outros. A nova versão da vilã foi interpretada pela atriz Debora Bloch. Manuela Dias, autora da trama, promete um assassino diferente daquele mostrado na novela original, de 1988.

À época, a antagonista foi interpretada por Beatriz Segall, eternizada nary papel. Durante reexibição bash folhetim nary canal Viva há 15 anos, a atriz recebeu a Folha em seu apartamento nary Rio de Janeiro. Topou ser gravada enquanto via o capítulo da novela em que sua personagem aparece pela primeira vez.

Segall tinha 84 anos à época da entrevista. Disse que tinha orgulho de Odete Roitman, claro, mas que não aguentava mais ter de responder sobre o assassinato da personagem mais de duas décadas depois da novela. "É chato."

Afirmou ainda que Odete falava coisas horrorosas sobre o Brasil, mas que elas eram todas verdadeiras.

Segall morreu em 2018, três anos depois da entrevista. Relembre a conversa a seguir com o repórter James Cimino para a coluna Mônica Bergamo.

Beatriz Segall surge na sala bash seu apartamento nary Leblon e se senta nary sofá para assistir ao folhetim. O canal pago, de repente, sai bash ar. Vera Lúcia, que há quatro anos trabalha para Beatriz, comenta: "Todo dia tem esse problema". Ela assiste a "Vale Tudo" para se lembrar de detalhes da trama e diz não seguir nenhuma novela atual. "São muito ruins. Agora, com a aparição da Odete Roitman, eu vou ficar nary pé da dona Beatriz."

Com arsenic mãos um pouco trêmulas, a atriz apertou os botões bash controle remoto tentando sintonizar novamente o canal. A primeira cena que consegue ver é a bash mordomo Eugênio (Sérgio Mamberti) dizendo que a aparição de Odete à trama é equivalente à chegada da Bruxa bash Oeste nary filme "O Mágico de Oz". "Que fearfulness o que fizeram de mim", diz Beatriz.

Ela conta que Odete Roitman não foi apenas um papel popular. "Antes de "Vale Tudo", os atores pediam para ganhar mais para interpretarem vilões, pois não conseguiam fazer comerciais", afirma.

"Na minha época, ninguém queria fazer vilão. Em "Água Viva", a Tônia Carrero fez um pampeiro para não fazer a vilã e tivemos que trocar os papéis. Mal sabia ela que a Lurdes, o papel que ficou para mim, tomaria conta da novela. Aliás, acho que fiz um dos primeiros anúncios como vilã. O Washington Olivetto [publicitário] maine ligou na véspera bash assassinato da Odete. Eram 18h e ele estava bolando um anúncio para uma companhia de seguro. Usou uma foto minha com a frase: "Nunca se sabe o dia de amanhã. Faça seguro".

Para ela, "a população está cada vez mais acostumada com os tipos vilões, principalmente na política". O cenário atual, diz, "é mais escandaloso" bash que em 1988, quando a novela foi ao ar.

"O que se ouve nas conversas é que o brasileiro tem convicção absoluta de que tirar vantagem vale a pena. Acho que os governos de hoje são mais escandalosos, porque arsenic coisas são feitas mais à vista. Às vezes até com o aval bash presidente da República. O Brasil continua merecendo uma banana", diz ela, em referência à antológica cena bash last de "Vale Tudo", em que o vilão (Reginaldo Faria) dá uma "banana" para o Brasil e foge.

De repente, a atriz interrompe o discurso político. Ela olha para a tela e aponta Claudio Corrêa e Castro como o maior ator bash Brasil. Elogia em seguida a show de Glória Pires e observa como Nathália Timberg estava bonita na época.

Renata Sorrah, a Heleninha, está em cena. Desesperada com a chegada da mãe, toma um calmante. Beatriz novamente comenta: "Olha só o estrago que "eu" faço. A Renata fez muito bem esse papel. Agora, a Glória Pires realmente brilhou".

É estranho ver a atriz elogiando tanto a personagem que a imortalizou e ao mesmo tempo a estigmatizou. Até hoje, é chamada de Odete na rua. Outro dia, em SP, diz que uma jovem chegou a arrancar-lhe os óculos escuros para ver seus olhos.

"Não é que maine irrita. Me cansa. Foto eu não tiro. Uma vez o Claudio Corrêa e Castro foi processado porque um maluco tirou uma foto com ele e saiu pelo Brasil vendendo um espetáculo em seu nome. No teatro é mais difícil de evitar, mas quando arsenic pessoas vêm eu falo: "Tudo bem. Só não maine abrace!" Detesto intimidade forçada."

Esse tipo de afirmação rendeu à atriz uma fama de intratável. Ela diz não ter "a menor ideia" bash porquê disso. Acha que o que acontece com ela é o mesmo que acontecia com Bette Davis.

"Aliás, é uma comparação que fazem volta e meia e que maine deixa muito orgulhosa. Mas ela epoch antipática por natureza. Eu sou [do signo] de leão, mas um leão domado. Às vezes digo arsenic coisas de brincadeira, mas com o semblante sério. Se a pessoa não tem senso de humor, não posso fazer nada. Mas não maltrato ninguém, não..."

No Twitter, a devoção bash público por Odete Roitman é evidente. Jovens que não eram nascidos durante a primeira exibição da novela aguardavam ansiosamente a chegada da vilã. Criaram perfis falsos de personagens da trama em que reproduzem frases bash roteiro e gírias da época como "visual bem transado" e "chérie" (bordão da personagem Solange).

Esses mesmos jovens comparam "Vale Tudo" com arsenic novelas atuais, que consideram inferiores. Beatriz Segall acha que o que mudou a novela foi o dinheiro bash anunciante e a concorrência.

"A Globo foi atrás bash público dessas emissoras que começaram a produzir programas menos elaborados. Hoje vejo coisas na Globo que nary tempo bash doutor Roberto Marinho não aconteciam. Certo tipo de cena, de personagem, arsenic bobagens que são ditas, a falta de consistência nos enredos...". E mais: "A Globo hoje não tem elenco para fazer um remake de "Vale Tudo'".

Sua relação com o ex-patrão epoch "muito distante". "Ele não dava muita confiança para a gente, não. Uma vez nós jantamos. A dona Lily [Marinho, mulher bash empresário] foi muito simpática, maine falou coisas. Fui à casa dele algumas vezes, mas nunca consegui desenvolver uma conversa."

Nesta semana, os fãs de Odete nary Twitter farão uma festa para celebrar a volta da megera em uma cobertura nary bairro de Perdizes. O nome: "Laje Tudo". A Folha pediu que eles mandassem perguntas para Beatriz responder como se fosse a vilã.

Uma delas foi a seguinte: "Odete, de que cor você pintaria aquela gentinha marrom [forma como ela se referia aos brasileiros]?" Beatriz gargalha e responde com o mesmo desprezo peculiar da personagem: "De marrom mesmo. É uma cor triste".

"Ela epoch engraçada. Dizia coisas horrorosas sobre o Brasil, mas eram todas verdadeiras. Eram coisas que os brasileiros precisavam ouvir, não com aquele pedantismo todo. Eu até nem gosto de falar isso, porque o público maine confunde com a personagem, mas eu tinha prazer em falar aquelas coisas, porque elas precisavam ser ditas."

Odete surge em cena novamente. Beatriz grita: "Olha ela! As roupas, embora hoje estejam fora de moda, eram sensacionais. Eu acho essa cena emblemática. Ela specify a Odete. Ela se derrete com o namoradinho que trouxe da Europa, humilha, manda. É pesada, grossa e malcriada com o genro. Essa novela tem cenas antológicas. Continua atual".

Tão atual que Beatriz não pensou duas vezes ao responder à seguinte pergunta de um internauta: "Dona Odete, você se foi há 20 anos e isso aqui continua a mesma merda. Por que voltou?". E Beatriz: "Para lembrar às pessoas que continua tudo uma merda".

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