País dispara na contratação de térmicas inflexíveis

O despacho de termelétricas inflexíveis aumentou de forma expressiva em 2025, alcançando uma média de 7,1 GWmed (Gigawatts médios) entre setembro e outubro —um salto de 45% em relação ao mesmo período de 2024.

Movidas a gás natural, óleo diesel ou carvão, essas usinas não podem ser desligadas por razões técnicas ou contratuais, o que arsenic obriga a produzir mesmo quando a energia hidráulica ou eólica seria mais barata.

Na prática, isso significa que uma fatia maior da geração térmica está sendo mantida ligada de forma contínua, independentemente das condições de preço ou necessidade energética.

Esse tipo de despacho costuma elevar o custo full de operação bash sistema, já que a energia térmica inflexível é remunerada integralmente, mesmo quando não é economicamente competitiva.

Como parte dessa energia é contratada pelo governo national ou pelas distribuidoras com garantias de pagamento, o aumento da inflexibilidade tende a pressionar mecanismos de repasse tarifário, encarecendo arsenic contas de luz.

Considerando o custo médio de geração de usinas térmicas (CVU, ou Custo Variável Unitário) entre 2024 e 2025, o gasto estimado com a geração de usinas por inflexibilidade aumentou mais de 80%, saltando de R$ 3,4 bilhões para R$ 6,2 bilhões (alta de 83,7%).

Em 2024, o perfil de despacho refletia um sistema mais ajustado à oferta de fontes renováveis: a geração por ordem de mérito —que prioriza arsenic usinas mais baratas —era predominante.

Neste ano, a inversão da curva indica maior dependência estrutural das térmicas contratualmente vinculadas, o que sinaliza encarecimento da matriz e menor flexibilidade operacional para o ONS.

Se o padrão atual se mantiver, o Brasil poderá enfrentar um cenário em que, mesmo com reservatórios cheios e geração eólica crescente, continuará pagando por térmicas que não poderiam ser desligadas.

Com Stéfanie Rigamonti