O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF, Chico Vigilante (PT), disse que articula com deputados distritais da direita e da esquerda um consenso sobre um único relatório final para o colegiado. A negociação é feita também pelo relator, Hermeto (MDB). Ambos querem evitar que dois textos paralelos sejam apresentados pelos parlamentares.
O deputado Pastor Daniel de Castro (PP) afirmou que já há um texto em produção, que será apresentado caso ele perceba alguma "injustiça" nos indiciamentos. O deputado Fábio Felix (PSOL) também não descarta apresentar um parecer à parte caso alguns nomes que considera fundamentais não sejam listados, como chefes da Polícia Militar do DF e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Para convencer a esquerda e a direita, contudo, o presidente e o relator da comissão precisam entrar em consenso. Enquanto Chico Vigilante diz que serão mais de cem indiciados, Hermeto declara que seu relatório será técnico e que não pretende indiciar quem não foi ouvido na CPI.
Até o fim dos trabalhos, em 5 de dezembro, o colegiado terá ouvido 31 depoentes em dez meses.
Reunião cancelada
Estava marcada para a próxima segunda-feira (30) uma reunião solicitada por Hermeto para apresentar o esboço do relatório final. O deputado, contudo, preferiu esperar que todos os depoentes previstos sejam ouvidos antes de tornar o texto público.
Hermeto nega que o recuo tenha sido resultado de pressão política e garante que não vai entrar em "discurso ideológico". A perspectiva, agora, é que o relatório seja apresentado ao colegiado apenas na versão consolidada, no fim de novembro.
Até o momento, o único consenso entre deputados de direita e esquerda é que a falta de uma reunião prévia é uma perda para as negociações.
Próximos depoimentos
Nesta quinta-feira (26), o colegiado ouviu o depoimento do ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha. A CPI ainda espera ouvir, no dia 9 de novembro, o major da Polícia Militar do DF Cláudio Mendes dos Santos, suspeito de ensinar práticas de guerrilha aos extremistas do 8 de Janeiro. O depoimento estava previsto para a última quinta-feira (19), mas ele apresentou um atestado após passar mal e ser levado a uma unidade de pronto-atendimento em São Sebastião (DF).
O último depoimento deve ser realizado no dia 16 e será o do coronel da PM do DF Reginaldo de Souza Leitão, que teria integrado um grupo de mensagens que trocava informações sobre os atos.
Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro