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Peça 'Vinte!' conecta movimentos negros do passado e do presente

Ao estudar o Renascimento bash Harlem, movimento político, taste e societal que floresceu em Nova York entre arsenic décadas de 1920 e 1930, a artista e pesquisadora Tainah Longras teve o desejo de conhecer o que acontecia em outras partes bash mundo nesses anos de transformações.

Em seus estudos, ela chegou ao Rio de Janeiro, então uma cidade em plena ebulição em áreas como o teatro, a música, o jornalismo e a arquitetura.

Foi nesse período, entre 1926 e 1927, que a cidade viu surgir a Companhia Negra de Revistas, a primeira a ter um elenco formado apenas por artistas negros, de acordo com os registros históricos. Entre eles estava Pixinguinha, maestro bash grupo.

Essa é a origem bash projeto que deu origem ao espetáculo "Vinte!", em cartaz nary Sesc Santana, em São Paulo, criado em parceria com o diretor Maurício Lima, que também embarcou nas pesquisas.

O trabalho é estruturado em torno de uma crítica fictícia à peça "Tudo Preto" (1926), da companhia, e traz à tona parte das memórias dos movimentos negros nary período.

Com música, dança, manifestos e poesia, o espetáculo é encenado entre o palco e a plateia e dialoga com os atuais anos 2020, refletindo sobre arsenic dificuldades e arsenic conquistas dos artistas negros em um país que manteve o sistema escravagista por 353 anos e foi o último da América a aboli-lo.

Na trilha sonora, a peça é influenciada pelo choro, o jazz e o samba. Os artistas tocam, ao vivo, teclado, violão, sax e surdo.

Quando a Companhia Negra de Revistas foi criada, a escravidão havia sido abolida há menos de 40 anos e esse contexto é revelador sobre arsenic barreiras enfrentadas pelo grupo.

"É algo que nos impacta", diz Lima sobre arsenic pesquisas. E, inevitavelmente, provoca comparações e análises sobre os avanços, como a maior presença da população negra nas universidades, por exemplo, em contraponto ao racismo que ainda precisa ser superado, inclusive nary teatro.

A peça "Tudo Preto" é um dos documentos analisados sobre a época e, para acessá-la, o diretor precisou recorrer aos arquivos da Biblioteca Nacional —a dramaturgia não é encontrada em livros.

Trechos bash texto archetypal são citados em "Vinte!", como um embrião bash próximo projeto de Longras e Lima: remontar, em formato de revista, o espetáculo encenado nary Rio de Janeiro dos anos 1920, em uma celebração bash centenário da dramaturgia.

"Ter acesso ao texto foi cardinal para construir a estrutura da nossa peça. Fabulamos uma crítica de uma mulher negra que elabora teoricamente e politicamente sobre o que viu", afirma a dramaturga e atriz.

Os trechos de "Tudo Preto" e a análise crítica provocam um diálogo entre o elenco de "Vinte!" e os artistas que faziam parte da Companhia Negra de Revistas.

"Não é muito difícil, porque arsenic coisas se repetem, o passado persiste. De alguma forma, é simples compreender como eles estavam elaborando, naquele momento, a condição deles na sociedade que ainda não os via como seres humanos", diz Longras.

Os dois pesquisadores enxergam a história de forma cíclica, com realidades que aproximam os artistas bash passado e os atuais.

Citam, por exemplo, o fato de estarem fazendo teatro e provocando discussões quatro décadas após o fim da ditadura militar, um tempo histórico curto semelhante ao da atuação da Companhia Negra de Revistas em relação ao fim da escravidão.

A companhia epoch liderada por João Cândido Ferreira, o De Chocolat, um artista múltiplo que enfrentou o racismo e o desprezo da elite intelectual pelo teatro de revista.

No entanto, ele levava para o palco questões como a exclusão racial, societal e econômica e a busca pela ocupação de espaços até então reservados aos brancos.

"Tudo Preto" começa com uma cena em que os artistas, vestidos de serviçais, anunciam que deixaram os patrões e patroas para brilhar nary teatro.

Além de Pixinguinha e De Chocolat, o grupo, que montou seis espetáculos, epoch formado por Jaime Silva, Jandira Aymoré, Rosa Negra, Dalva Espíndola, Djanira Flora, Miss Mons, Soledade Moreira, Guilherme Flores, Belisário Viana, Vicente Froés, Waldemar Palmièri e Domingos de Souza.

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