- Author, Nadia Ragozhina
- Role, BBC News
Há 13 minutos
Muitos cristãos ortodoxos ucranianos estão celebrando o Natal neste dia 25 de dezembro pela primeira vez em suas vidas.
A Ucrânia usava historicamente o calendário juliano, também utilizado pela Rússia, no qual o Natal cai em 7 de janeiro.
Em mais um gesto de afastamento em relação à Rússia, o país agora celebra o Natal de acordo com o calendário ocidental – ou gregoriano, que já é usado na vida cotidiana dos ucranianos.
O presidente Volodymyr Zelensky mudou a lei em julho, dizendo que isso permitiria aos ucranianos “abandonar a herança russa” de celebrar o Natal em janeiro.
Em mensagem de Natal divulgada no domingo (24/12) à noite, Zelensky disse que todos os ucranianos estavam agora juntos.
"Celebramos o Natal todos juntos. Na mesma data, como uma grande família, como uma nação, como um país unido."
Na capital Kiev, o casal Lesia Shestakova, que é católica, e Oleksandr Shestakov, que é ortodoxo, comemoraram juntos o Natal.
A dupla compareceu ao culto de domingo de manhã na catedral católica da cidade (foto acima).
"Finalmente temos um dia na Ucrânia em que meu marido e eu podemos passar juntos na catedral e agradecer a Deus por estarmos juntos, vivos e com boa saúde", disse Lesia à agência de notícias Reuters.
A Igreja Ortodoxa da Ucrânia (OCU), uma igreja independente recentemente criada que realizou sua primeira missa em 2019, também mudou sua data do Natal para 25 de dezembro.
Ela rompeu formalmente com a Igreja Ortodoxa Russa devido à anexação da Crimeia por Moscou em 2014 e ao seu apoio aos separatistas no leste da Ucrânia.
Fiéis oraram e acenderam velas em todo o país no domingo.
Na cidade ocidental de Lviv, que foi pouco atingida pela guerra, crianças em trajes tradicionais cantaram canções de natal e participaram de procissões festivas nas ruas.
Nos últimos anos, muitos fiéis aderiram à OCU, mas milhões ainda seguem a Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC), historicamente ligada à Rússia, e, portanto, continuarão celebrando o Natal no dia 7 de janeiro.
A UOC afirma que se separou em 2022 de Moscou devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, embora muitas pessoas tenham dúvidas sobre isso.
E é claro que também se espera que alguns ucranianos celebrem o Natal duas vezes.
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