Presidente do PT de SP diz que Michelle Bolsonaro é alvo de machismo e é criticado

Presidente do diretório estadual do PT em São Paulo, o deputado federal Kiko Celeguim fez comentários a respeito da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro que causaram controvérsia na abertura do encontro de mulheres do partido neste sábado (6), no Palácio do Trabalhador, no centro da capital.

Em sua fala, Celeguim teria dito que a indicação do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato presidencial pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria acontecido porque a extrema direita não está preparada para ter Michelle nessa posição, devido ao fato de ela ser uma mulher. Ele também pontuou que ela se dedica a pautas femininas por meio de sua atuação como presidente do PL Mulher.

Parte da militância presente se incomodou com a menção a Michelle, interpretada como uma defesa da ex-primeira-dama, e interrompeu Celeguim. Em trocas de mensagens, petistas classificaram o episódio como uma grande gafe.

Celeguim discorda, afirma que não defendeu Michelle e que foi apenas uma pessoa entre 400 militantes presentes que discordou.

"Eu disse que o machismo está em toda a sociedade e, portanto, em todos os campos políticos. Na minha opinião, a repercussão entre os 'homens' bolsonaristas àquela crítica pública que a Michelle Bolsonaro fez à aliança dos bolsonaristas com o Ciro Gomes tem tudo a ver com a decisão do apoio de Bolsonaro ao Flávio. Acho que a extrema direita é intolerante demais para lançar uma mulher como candidata a presidente", afirma o dirigente ao Painel.

Michelle criticou a aproximação do PL com Ciro Gomes (PSDB) no Ceará em evento e depois foi repreendida pelos filhos de Bolsonaro. Flávio disse que a fala havia sido "autoritária e constrangedora". O desentendimento aconteceu dias antes do anúncio da candidatura presidencial do senador.

Celeguim diz que, em sua fala, afirmou que imagina uma conversa entre Flávio e Bolsonaro em que eles teriam dito "essa mulher [Michelle] nem ferrando", a respeito de possível candidatura presidencial dela. Por isso, Flávio teria sido lançado pelo pai.

O presidente estadual petista afirma que "para alguns militantes de esquerda, poucos, se você não fala exatamente o que está na cartilha ou se você não faz um discurso de senso comum, gera esse tipo de crítica. Mas todos que estavam lá sabem o lado que eu tenho".